A União Europeia prevê fornecer cerca de um bilhão de euros ao longo de seis anos para ajudar o setor de cacau da Costa do Marfim à medida que se adapta às leis da cadeia de suprimentos da UE que devem ser introduzidas ainda este ano, disse seu enviado em Abidjan na sexta-feira (19 de fevereiro).
“No contexto da nossa programação futura para 2021-2027, a UE prevê uma iniciativa Team Europe que poderá mobilizar até mil milhões de euros para acompanhar a Costa do Marfim na transição para a produção sustentável de cacau”, disse o embaixador da UE na Costa do Marfim Jobst von Kirchmann. disse em uma entrevista.
Kirchmann não disse quando uma decisão final será tomada.
O Parlamento Europeu tem pressionado para que o bloco de 27 nações introduza leis para impedir a importação de commodities e produtos ligados ao desmatamento e direitos humanos abusos.
Se as leis forem adotadas, os compradores seriam obrigados a rastrear seus insumos em todas as etapas de suas cadeias de suprimentos, inclusive começando no nível de pequenas fazendas.
Empresas como Nestlé e Danone podem ter que cumprir esses requisitos já em 2024.
“O consumidor europeu hoje quer consumir um produto que vem de uma produção sustentável e que se aplica a todas as matérias-primas e a todos os países”, disse von Kirchmann.
A Costa do Marfim, o maior produtor de cacau do mundo, iniciou negociações com a UE para acordar padrões mínimos de sustentabilidade.
O país da África Ocidental espera que as leis da UE ajudem a proteger as florestas, reduzir o trabalho infantil e acabar com a pobreza dos agricultores.
Por meio de importações de commodities como carne, soja, óleo de palma e cacau, a UE e seus consumidores respondem por mais de 10% do desmatamento global ligado à produção, segundo a Comissão Europeia.