Alguns casos foram identificados através de clínicas de saúde sexual e as investigações estão em andamento.
A doença pode afetar qualquer pessoa
Segundo a OMS, as evidências disponíveis sugerem que aqueles que estão em maior risco são aqueles que tiveram contato físico próximo com alguém com varíola de macaco, e esse risco não se limita aos homens que fazem sexo com homens.
UNAIDS instou a mídia, governos e comunidades a responder com uma abordagem baseada em direitos e baseada em evidências que evita o estigma.
“O estigma e a culpa minam a confiança e a capacidade de responder efetivamente durante surtos como este”, disse Matthew Kavanagh, vice-diretor executivo do UNAIDS. “A experiência mostra que a retórica estigmatizante pode rapidamente desativar a resposta baseada em evidências, alimentando ciclos de medo, afastando as pessoas dos serviços de saúde, impedindo os esforços para identificar casos e incentivando medidas punitivas ineficazes”.
Kavanagh destacou que a agência aprecia a comunidade LGBTI por ter liderado a conscientização sobre a varíola e reiterou que a doença pode afetar qualquer pessoa.
“Este surto destaca a necessidade urgente de os líderes fortalecerem a prevenção da pandemia, incluindo a construção de uma capacidade mais forte liderada pela comunidade e infraestrutura de direitos humanos para apoiar respostas eficazes e não estigmatizantes aos surtos”, observou ele.
A agência instou toda a cobertura da mídia varíola para acompanhar as atualizações da OMS.
Mais casos esperados
A agência de saúde da ONU disse no fim de semana que, à medida que a situação está evoluindo e a vigilância se expandindo, espera-se que mais casos de varíola sejam identificados.
Até o momento, todos os casos cujas amostras foram confirmadas por PCR foram identificados como infectados com o clado da África Ocidental.
A sequência do genoma de uma amostra de zaragatoa de um caso confirmado em Portugal indicou uma correspondência próxima do vírus da varíola dos macacos que causa o surto atual, para casos exportados da Nigéria para o Reino Unido, Israel e Singapura em 2018 e 2019.
A OMS disse que a identificação de casos confirmados e suspeitos de varíola dos macacos sem ligações diretas de viagem a uma área endêmica representa um "evento altamente incomum".
A varíola dos macacos é uma zoonose viral (um vírus transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas muito semelhantes aos observados no passado em pacientes com varíola, embora seja clinicamente menos grave.
Existem dois clados de vírus da varíola dos macacos: o clado da África Ocidental e o clado da Bacia do Congo (África Central).
O nome monkeypox se origina da descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958. O primeiro caso humano foi identificado em uma criança na República Democrática do Congo em 1970.
O vírus da varíola dos macacos é transmitido de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias.