O Papa Francisco defendeu ontem os migrantes, chamando a recusa de aceitá-los de “escandalosa, repugnante e pecaminosa”, informou a Reuters, citada pela BTA. A posição do santo padre contrasta fortemente com a da recém-eleita coalizão de direita que assumirá o governo da Itália no final deste mês.
Francisco comentou o assunto durante a canonização de um bispo que viveu no século 19, que é conhecido como o “pai dos migrantes”, além de um italiano que, na primeira metade do século passado, cuidava dos doentes na Argentina.
A cerimônia foi realizada na frente de 50,000 pessoas na Praça de São Pedro.
“A recusa em aceitar migrantes é algo escandaloso. De fato, a exclusão social dos migrantes é um ato criminoso, pelo qual eles estão morrendo diante de nossos olhos”, disse Francisco.
“Dessa forma, hoje o Mediterrâneo se tornou o maior cemitério do mundo”, continuou o santo padre, referindo-se aos milhares de imigrantes ilegais que se afogaram tentando chegar Europa.
“A exclusão dos migrantes é nojenta, é pecaminosa. É criminoso não abrir suas portas para pessoas necessitadas”, disse o pontífice.
Giorgia Meloni, líder do partido italiano de extrema-direita Irmãos Italianos, que ganhou o maior número de votos nas eleições parlamentares, deve liderar o novo governo no final deste mês. Meloni prometeu tomar medidas para limitar a migração e reforçar os controles nas fronteiras. Além disso, o político de extrema-direita pretende acelerar o repatriamento de migrantes ilegais e introduzir regras mais rígidas sobre a concessão de asilo. Ela também pediu um bloqueio naval do norte da África, bem como novas restrições aos navios de resgate de ONGs.
Foto: Papa Francisco / Reuters