turismo – Viagens sustentáveis estão se tornando uma prática comum. Inundações, ondas de calor, incêndios florestais e secas trouxeram o tema ambiental à tona em 2022. Ao mesmo tempo, os viajantes estão ansiosos para se reconectar com a natureza após os anos de pandemia. Como podemos fazer isso sem nos tornarmos parte do problema?
No Relatório de Viagens Sustentáveis 2022, que entrevistou 30,000 viajantes em 32 países, 42% deles disseram que notícias recentes sobre mudanças climáticas os levaram a fazer escolhas de viagens mais sustentáveis. Mais da metade (57%) diz querer viajar de forma mais sustentável nos próximos 12 meses.
O desejo crescente esconde oportunidades e as empresas de viagens estão começando a notá-las. No entanto, apenas reduzir o consumo de energia e abandonar os plásticos descartáveis não é suficiente.
Em 2023, a indústria do turismo deve encontrar formas de preservar, proteger e regenerar ativamente os destinos que serve, escreve a Euronews.
O que é viagem regenerativa?
Enquanto o turismo sustentável pode lutar por práticas neutras em carbono, as viagens regenerativas lutam por emissões negativas de carbono. Isso significa investir em soluções que removam ou compensem mais carbono do que emitem.
Um hotel sustentável pode limitar suas emissões de carbono usando energia solar ou incentivando viagens de veículos elétricos. Mas um hotel regenerativo terá um benefício ambiental proativo, por exemplo, removendo carbono extra da atmosfera.
O turismo regenerativo também envolve investir em projetos que melhorem o meio ambiente, em vez de simplesmente restaurá-lo do jeito que foi encontrado.
A mudança para a restauração da biodiversidade – plantio de árvores, restauração de habitats e outros investimentos na natureza – está ganhando força.
Mais de 100 países já assinaram o pacto “30×30” para proteger pelo menos 30% da terra e do mar até 2030.
Tanto as empresas de viagens quanto os destinos percebem que podem ajudar nessa missão. A Nova Zelândia é pioneira em viagens regenerativas. Durante a pandemia, o país anunciou planos para descarbonizar o turismo, recuperando paisagens danificadas pelo tráfego de pedestres e promovendo o uso de veículos elétricos.
A operadora de turismo de aventura Exodus Travels está liderando o comércio com sua promessa de se tornar “amiga da natureza” até 2024. A joia da coroa da empresa é um projeto maciço de restauração da vida selvagem nos Apeninos, parcialmente financiado por reservas de viagens, que tem o potencial de remover aproximadamente 1,500 toneladas de carbono da atmosfera a cada ano.
Como planejar uma viagem ambientalmente responsável?
Agências de viagens verdes e compensações de carbono estão abrindo caminho para viagens regenerativas. “O turismo regenerativo é um elemento de sustentabilidade”, diz Nelly Gedeon, fundadora e CEO do aplicativo de viagens ecológicas Wayaj. Por meio do aplicativo, os viajantes podem pesquisar e reservar experiências e hotéis sustentáveis e socialmente responsáveis em todo o mundo.
Os hotéis recebem uma “classificação de sustentabilidade” com base em sete fatores: materiais, apoio à comunidade, gestão, consumo de água e energia, gestão de resíduos e ambiente interno. A Wayaj não reúne apenas operadores responsáveis em um só lugar. Permite calcular a pegada de carbono da viagem e comprar compensações de carbono para compensar o impacto ambiental. A contribuição adicional dos turistas é investida em projetos ambientais como reflorestamento na Índia, produção de energia limpa na Tailândia e redução das emissões de gases de efeito estufa no Malawi.
Quais hotéis se beneficiarão do turismo regenerativo em 2023?
Hotéis em todo o mundo já começaram a fazer mudanças sustentáveis, desde ações simples, como exigir que os hóspedes reutilizem toalhas, até práticas mais complexas, como a instalação de fazendas solares. Em 2023, as emissões negativas de carbono e a criação de uma circular economia estará no topo da agenda.
O Crowne Plaza Copenhagen Towers, por exemplo, transforma produtos residuais em novos recursos – criando empregos de manufatura local no processo. Seus pisos são feitos de borracha reciclada e concreto, os painéis do teto são feitos de garrafas PET e os poços de ventilação são cobertos com lona descartada.
No final de 2023, em Denver, Colorado, deve ser inaugurado o primeiro hotel nos EUA com emissões negativas de carbono – o Populus. Mais de 2,000 hectares de floresta serão plantados para compensar a pegada de carbono do hotel.
O interesse está crescendo na abertura em 2024 do Six Senses Svart, que planeja coletar sua própria energia solar em uma área selvagem do Ártico da Noruega.
Em dezembro, Montreal sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP15), a maior conferência sobre biodiversidade em uma década. Isso só deve servir para inspirar ainda mais o setor de turismo. O conceito de ecoturismo ampliará a perspectiva de “tirar apenas fotos, deixar apenas lembranças”.
Depois de um ano em que a emergência climática se tornou manchete, não será mais suficiente para as empresas de turismo simplesmente buscar minimizar seu impacto ambiental. Operadores turísticos, administração local e hotéis terão a tarefa de reparar, restaurar e investir ativamente na natureza.