7.2 C
Bruxelas
Sexta-feira, abril 19, 2024
ÁsiaChina aprimora sua diplomacia do Sul Global

China aprimora sua diplomacia do Sul Global

Artigo de Joseph Rozen. Rozen serviu por uma década no Conselho de Segurança Nacional de Israel como diretor de assuntos da Ásia-Pacífico. Lá, ele foi uma força motriz por trás do mecanismo de triagem de investimentos estrangeiros de Israel e do desenvolvimento das relações bilaterais de Israel com as potências asiáticas.

AVISO LEGAL: As informações e opiniões reproduzidas nos artigos são de responsabilidade de quem as expressa. Publicação em The European Times não significa automaticamente o endosso do ponto de vista, mas o direito de expressá-lo.

TRADUÇÕES DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE: Todos os artigos deste site são publicados em inglês. As versões traduzidas são feitas por meio de um processo automatizado conhecido como traduções neurais. Em caso de dúvida, consulte sempre o artigo original. Obrigado pela compreensão.

Autor convidado
Autor convidado
Autor convidado publica artigos de colaboradores de todo o mundo

Artigo de Joseph Rozen. Rozen serviu por uma década no Conselho de Segurança Nacional de Israel como diretor de assuntos da Ásia-Pacífico. Lá, ele foi uma força motriz por trás do mecanismo de triagem de investimentos estrangeiros de Israel e do desenvolvimento das relações bilaterais de Israel com as potências asiáticas.

O papel mediador da China no acordo Irã-Saudita sinaliza uma mudança mais ampla de guerreiro lobo para uma diplomacia mais construtiva

O acordo do Irã e da Arábia Saudita para retomar as relações diplomáticas após anos de confrontos pegou muitos de surpresa – especialmente devido ao papel da China na mediação entre as partes, deixando os Estados Unidos à margem.

O acordo foi descrito por alguns como uma conquista inovadora que mudará toda a arquitetura geopolítica do Oriente Médio, com ramificações para a postura dos Estados Unidos na região.

Na verdade, o acordo não transformou o Irã e a Arábia Saudita de inimigos em amigos, nem mudou a abordagem multifacetada dos países do Oriente Médio.

Além disso, a diplomacia ativa da China não deveria ser uma surpresa; em vez disso, sinalizou outro passo de “guerreiro lobo” para uma diplomacia mais construtiva, não apenas em relação ao Oriente Médio, mas globalmente.

Para ser realista, a China não está tentando substituir os Estados Unidos como mediador da paz global, mas é muito capaz de identificar oportunidades globais para estender sua influência e aproveitar os frutos do trabalho feito por outros.

Além disso, qualquer promoção de estabilidade é crucial para a economia chinesa – e igualmente importante é melhorar sua imagem global.

Por exemplo, recentemente a China apresentou um “plano de paz” para acabar com a guerra na Ucrânia. Embora tenha sido sobretudo uma cortina de fumaça para legitimar a visita de Xi Jinping a Moscou, vale a pena prestar atenção aos esforços da China em se apresentar como uma potência equilibrada e responsável.

Outro exemplo é a proposta chinesa de mediação entre Israel e os palestinos, reciclando velhos princípios que outros países já tentaram sem sucesso.

O ativismo diplomático renovado de Pequim visa moldar uma nova narrativa diplomática do papel global da China, focada principalmente no Sul Global.

Os primeiros sinais desse ativismo diplomático puderam ser encontrados no 20º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês em outubro passado. As mudanças feitas no partido e seus órgãos visavam criar uma separação mais clara entre o aparato de defesa e o círculo diplomático.

As nomeações feitas em março deste ano para o quadro diplomático da China mostraram o foco de Xi nas relações com os EUA e no desenvolvimento econômico.

Qin Gang, o novo ministro das Relações Exteriores e ex-embaixador nos Estados Unidos, foi promovido ao posto de conselheiro estadual. Tanto Qin quanto seu predecessor imediato, Wang Yi, também conselheiro estadual, têm vasta experiência em assuntos americanos e ambos detêm mais poder dentro do partido do que os predecessores de Wang.

Em contraste, Zhao Lijian, que como porta-voz do Ministério das Relações Exteriores havia personificado uma diplomacia de guerreiro lobo mais confrontadora, foi rebaixado em janeiro para uma posição de supervisão de assuntos oceânicos.

Desde março, os dois diplomatas seniores têm se esforçado mais para concretizar uma visão diplomática atualizada avançada pelo presidente Xi em três documentos principais: Iniciativa de Civilização Global, Iniciativa de Segurança Global e Iniciativa de Desenvolvimento Global.

Todos os três enfatizam a importância da cooperação e desenvolvimento mundial, respeitando a soberania e a integridade territorial de todos os países.

Embora as três iniciativas estejam alinhadas com os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, muitos países ocidentais permanecem céticos sobre as reais intenções da China ou sua capacidade de realizá-las. No Sul Global, no entanto, os países que não estão dispostos a escolher um lado na competição das grandes potências, mas precisam de apoio financeiro, são muito mais receptivos.

Embora os países do Sul Global estejam cientes da complexidade de envolver a China, eles estão mais preocupados em resolver seus desafios econômicos imediatos. A China pode oferecer-lhes soluções sem pré-condições – capital para projetos de infraestrutura e investimentos nos setores de manufatura e serviços.

No Oriente Médio, a mediação simbólica entre o Irã e a Arábia Saudita é um sinal da crescente influência da China na região na última década. No mês passado, foi relatado que a China retomou a construção de uma base militar nos Emirados Árabes Unidos. No início deste ano, a China fechou vários negócios e acordos com a Arábia Saudita, incluindo US$ 50 bilhões em investimentos.

Essa tendência também é muito evidente no sul da Ásia, com a China já investindo profundamente no Sri Lanka e no Paquistão, além de estender seu alcance ao Nepal e Bangladesh.

No caso de Bangladesh, a China reconhece a importância geoestratégica e as perspectivas brilhantes que a economia em crescimento pode oferecer, mas enfrenta forte concorrência da Índia e do Japão. O primeiro-ministro de Bangladesh está equilibrando sabiamente entre esses poderes para promover a cooperação ganha-ganha.

O que vemos nessas duas regiões está ocorrendo em todo o Sul Global e demonstra que a nova diplomacia ativa da China, focada na cooperação e não na divisão, está se mostrando bastante atraente.

Nesse contexto, as divergências públicas entre os EUA e os países do Sul Global (Arábia Saudita, Paquistão e Bangladesh, para citar alguns) são usadas efetivamente pela China para expandir sua influência.

Se os Estados Unidos desejam contrariar essa tendência, devem adotar uma abordagem mais construtiva e administrar as divergências a portas fechadas. Caso contrário, os EUA também serão pegos de surpresa em desenvolvimentos futuros.

- Propaganda -

Mais do autor

- CONTEÚDO EXCLUSIVO -local_img
- Propaganda -
- Propaganda -
- Propaganda -local_img
- Propaganda -

Deve ler

Artigos Mais Recentes

- Propaganda -