Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk relatado aumentando as restrições aos espaços cívicos, instando as partes interessadas a reverter o curso.
"Meu escritório (ACNUDH) continua a receber relatos de detenções à medida que se aproxima o dia das eleições, incluindo de apoiantes e membros da oposição”, disse ele, dirigindo-se ao Parlamento com sede em Genebra. Conselho de Direitos Humanos.
“Isso não é um bom augúrio e peço uma mudança nessas práticas.”
Principais oportunidades
As eleições presidenciais venezuelanas estão marcadas para 28 de julho, enquanto as eleições locais, regionais e legislativas estão previstas para 2025.
Estas são “oportunidades fundamentais para respeitar a vontade do povo”, enfatizou o Sr. Türk.
“Agora, mais do que nunca, um diálogo construtivo e aberto entre o povo e com as instituições do Estado é crucial para superar as profundas divisões e reconstruir o contrato social entre os venezuelanos”, disse ele.
Preocupações econômicas
No seu briefing, o chefe dos direitos da ONU também expressou preocupações sobre as condições económicas.
Ele disse que apesar dos números oficiais indicarem um crescimento de 5% no produto interno bruto (PIB) no ano passado, os venezuelanos “ainda enfrentam sérios obstáculos” no acesso a alimentos, saúde e educação.
As mulheres, as populações rurais e os povos indígenas são afetados de forma desproporcional.
Ele também citou relatórios que indicam que quase três quartos dos centros de saúde do país não tinham pessoal médico ou de enfermagem entre Julho e Agosto do ano passado, enquanto o aborto continua a ser criminalizado, levando a procedimentos inseguros e resultando em mortalidade e morbilidade materna.
“Exorto as autoridades a tomarem medidas para abordar todas estas preocupações – sobre saúde, educação, alimentação e remuneração digna – em linha com as obrigações internacionais do Estado”, disse ele, apelando também ao levantamento das sanções sectoriais que exacerbaram a pré- existir direitos humanos desafios.
Números alarmantes de feminicídio
O Alto Comissário Türk expressou preocupação com os casos de feminicídio, observando que entre Janeiro e Novembro do ano passado, foram relatados 186 casos deste tipo.
“A investigação destas mortes é essencial, assim como os esforços de prevenção e resposta muito mais fortes. Um protocolo desenvolvido pela Procuradoria-Geral da República é um primeiro passo, mas é necessário muito mais”, afirmou.