Cientistas da Flinders University da Austrália descobriram que solo saudável é um lugar surpreendentemente barulhento. E lugares desmatados ou aqueles com solo pobre “soam” muito mais silenciosos.
Especialistas chegam a essa conclusão graças a um novo campo da ciência: a ecoacústica, que estuda paisagens sonoras.
Eles ouviram sons feitos por formigas, minhocas e outras criaturas que vivem no subsolo do sul da Austrália para avaliar a relação entre sons do solo e biodiversidade.
No Journal of Applied Ecology, os pesquisadores descrevem experimentos com três tipos diferentes de fragmentos florestais: dois fragmentos de terra desmatados, dois fragmentos florestais que foram reflorestados nos últimos anos e dois fragmentos de terra praticamente intocados.
Os sons do solo foram registrados durante o dia em todos os seis locais e foram complementados por gravações de amostras de solo coletadas em uma câmara à prova de som.
Os pesquisadores contaram o número de invertebrados em cada amostra de solo para determinar quantas criaturas vivas viviam em cada local.
A análise mostrou maior diversidade tanto em locais intactos quanto restaurados, ambos com acústica mais complexa.
As gravações de som do solo nesses locais incluem estalos, gorgolejos e uma variedade de outros sons – evidência da diversidade e saúde da vida abaixo da superfície. A área desmatada era mais silenciosa.
“Ouvir” o solo pode ajudar a identificar áreas que precisam de restauração ou proteção, ou até mesmo alertar sobre perturbações ambientais, escreveram os pesquisadores.
“Todos os organismos vivos produzem sons, e nossos resultados preliminares mostram que diferentes organismos do solo têm diferentes perfis sonoros dependendo de sua atividade, forma, membros e tamanho”, disse Jake M. Robinson, ecologista da Universidade Flinders, na Austrália, um dos autores do estudo, citado pelo Besjournals.
Foto ilustrativa de Muffin Creatives: https://www.pexels.com/photo/close-up-photo-of-person-holding-sand-2203683/