Num discurso apaixonado e reflexivo proferido no Parlamento Europeu durante a “como parar o aumento da intolerância religiosa na Europa” debate, o Sr. Margaritis Schinas, Vice-Presidente da Comissão Europeia, abordou a importância da liberdade religiosa, da tolerância e do modo de vida europeu. Seu discurso, rico em contexto histórico e visão de futuro, apelou para uma resposta europeia unida à intolerância religiosa, ao mesmo tempo em que afirmou os valores que definem a Europa hoje.
Schinas destacou os desafios internos e externos enfrentados pela União Europeia e enfatizou o compromisso da Europa com os direitos humanos, a liberdade de religião e a proteção da democracia. No entanto, ele não mencionou a falta de ação e a quantidade de discriminações patrocinadas pelo Estado dentro Europa, não apenas sobre religiões históricas, mas especialmente contra os novos movimentos religiosos, muitas vezes condenados ao ostracismo pela própria Comissão Europeia.
Uma União de Liberdade e Democracia
O Sr. Schinas iniciou o seu discurso reconhecendo a importância da tolerância religiosa como central para o que Europa representa hoje. “É uma união de liberdade. É uma união de democracia”, ele declarou, enfatizando a necessidade de preservar esses valores essenciais dentro e além das fronteiras europeias. Schinas deixou claro que abordar a intolerância religiosa em todas as suas formas é uma parte essencial da manutenção da identidade da Europa como um farol de democracia e liberdade.
Ação Conjunta Contra a Intolerância Religiosa
A intolerância religiosa continua a ser um problema significativo tanto na Europa como no estrangeiro. Schinas sublinhou a necessidade de uma abordagem unida a nível EU nível, pedindo colaboração entre instituições europeias. Ele pediu diálogo e entendimento, alertando contra apontar o dedo ou fomentar divisões tóxicas. “Todos nós trabalhamos juntos no nível da UE, dentro das instituições da UE, sem apontar o dedo, sem gritos de ódio, sem toxicidade, por meio do diálogo e do entendimento”, disse ele, sinalizando a importância do engajamento construtivo no enfrentamento dessa questão sensível.
A Comissão Europeia, de acordo com Schinas, está comprometida em desempenhar um papel fundamental no combate à intolerância religiosa, fornecendo financiamento, apoio e catalisando processos que promovam a união entre os europeus.
Promover a liberdade religiosa além das fronteiras da Europa apenas com palavras
Além de abordar questões dentro da Europa, Schinas enfatizou a responsabilidade moral da Europa em defender a liberdade de religião e crença em todo o mundo. “Temos o dever moral de defender a liberdade religiosa”, afirmou. A Europa deve se manifestar onde quer que as religiões, incluindo o cristianismo, estejam ameaçadas e onde os indivíduos sejam perseguidos por suas crenças. Para esse fim, Schinas anunciou (como se fosse quase novo) a nomeação de Frans van Daele como enviado da UE para a promoção e protecção da liberdade religiosa em todo o mundo (na verdade apenas para fora da União Europeia), reafirmando o compromisso da Europa em defender essas liberdades além de suas fronteiras.
Ele compartilhou detalhes das missões recentes de van Daele a Jerusalém e ao Paquistão, observando que esses esforços são essenciais para espalhar a mensagem europeia de tolerância religiosa e liberdade pelo mundo. No entanto, Schinas não mencionou que o status do Enviado Especial da UE é não melhor que a de um voluntário, sem salário, sem orçamento e sem peso político.
O Modo de Vida Europeu: Um Espelho Quebrado de Valores
Schinas então se voltou para um tema que definiu muito de seu mandato como Vice-Presidente: o modo de vida europeu. Relembrando sua audiência parlamentar há cinco anos, onde o modo de vida europeu foi debatido, Schinas ressaltou que esse conceito não é sobre exclusão ou superioridade. “O modo de vida europeu não é uma escavadeira. É um espelho que reflete a riqueza, a diversidade, o poder, os valores, os princípios que nos unem," ele explicou.
O modo de vida europeu, como Schinas descreveu, é um sistema onde a democracia floresce, os direitos das minorias devem ser protegidos e direitos humanos são respeitadas (pelo menos por alguns). É uma união onde as mulheres desempenham um papel central na família, na sociedade e no local de trabalho, onde os sistemas de educação e saúde são universais e gratuitos, e onde os idosos são cuidados. “Somos campeões mundiais de direitos humanos, de proteção de dados, e não temos pena de morte," ele afirmou como se nenhuma violação destes valores ocorresse na UE, observando que, embora partes disto possam ser encontradas em outros lugares, o quadro completo destes valores é exclusivo da Europa.
O discurso de Margaritis Schinas no Parlamento Europeu tentou dar um poderoso lembrete dos valores que devem sustentar a identidade da Europa: liberdade, democracia, tolerância e unidade. Ao abordar os desafios da intolerância religiosa e defender as liberdades religiosas, tanto na Europa como no estrangeiro, Schinas reafirmou o compromisso da UE em defender os seus princípios fundamentais, mesmo que estas palavras gentis e poderosas ainda precisem ser transformadas em ações visíveis e eficientes. A sua mensagem era clara: o modo de vida europeu não tem a ver com divisão ou exclusão, mas sim com inclusão, diversidade e respeito por todos. Isto não deve significar apenas para os cristãos, judeus, muçulmanos e ateus, mas também para os bahá'ís, hindus, Scientologists, Sikhs, Budistas, Maçons, Testemunhas de Jeová, membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e até mesmo Pagãos. Como ele concluiu, “Você pode encontrar pedaços disso em outros lugares do mundo, mas tudo isso junto você só encontrará aqui, e é chamado de estilo de vida europeu."
Agora, vamos ver o que os próximos executivos da Comissão Europeia terão a dizer e, mais importante, o que farão... A Comissão Europeia continuará a não praticar o que prega?