Cartões bancários russos são dados aos clérigos africanos do Patriarcado de Alexandria que mudam para o Patriarcado de Moscou no chamado “Exarcado Africano da Igreja Ortodoxa Russa”. Isso foi dito pelo teólogo ucraniano Arquimandrita Kirill (Govorun), que participou de uma conferência internacional na Suécia dedicada às crises na Ortodoxia mundial. A primeira sessão foi dedicada à Ucrânia e Geórgia, e a segunda à África. Um participante da África fez um relatório sobre como o “Exarcado Africano” foi formado. Segundo ele, o estado russo precisa de uma estrutura de igreja na África para facilitar a resolução de questões políticas e comerciais com as autoridades locais: “Na África, pessoas em trajes religiosos têm grande autoridade e a porta de cada escritório se abre para elas. O Kremlin abre algumas dessas portas com a ajuda de pessoas em batinas”. Ao mesmo tempo, os padres da Igreja Ortodoxa Russa atuaram como recrutadores de homens locais para a guerra com Ucrânia: “Essas pessoas também recrutam indireta ou diretamente pessoas locais para irem para a Rússia. Os moradores confiam neles porque 'pessoas de batina não dão conselhos ruins'. Então eles vão e alguns acabam na frente de batalha.”
Um participante da conferência contou a história de um seminarista ortodoxo que foi à Rússia para entrar em um seminário, mas lá pegaram seu passaporte e começaram a prepará-lo para o front: “Ele descobriu a tempo o que estavam preparando para ele e conseguiu escapar”.
Também ficou claro que o clero africano que deixa o Patriarcado de Alexandria e muda para a Igreja Ortodoxa Russa recebe um cartão bancário, que, no entanto, não está em seu nome: “Aqueles que mudam do Patriarcado de Alexandria para o Patriarcado de Moscou recebem um cartão bancário, no qual recebem 200 euros todo mês. No entanto, o cartão não é emitido em seu nome, mas para organizações russas. Um clérigo até tinha um cartão com o nome de Prigozhin. Isso torna essas pessoas altamente dependentes e, além disso, permite o uso indevido de fundos alocados para africanos. Adeptos de cultos religiosos locais ou confissões que nem mesmo são cristãs, registram-se no clero ortodoxo para receber um cartão bancário. Enquanto isso, cristãos ortodoxos mais íntegros, decepcionados com tais métodos missionários, mudam para outras confissões.”
Em última análise, isso inevitavelmente leva à desilusão com a Ortodoxia e destrói os frutos da missão Ortodoxa no continente africano.
