Uma tecnologia para produzir papel a partir de talos de algodão foi desenvolvida na Northern Arctic Federal University (NAFU) em Arkhangelsk, Rússia, anunciou a universidade. O desenvolvimento foi realizado por um estudante de pós-graduação do Uzbequistão, Ismoil Sodikov, que trouxe as matérias-primas (plantas de algodão) de sua terra natal, que é uma antiga república soviética.
“A celulose pode ser produzida a partir de qualquer matéria-prima fibrosa. Foi assim que tive a ideia de desenvolver para meu país (Uzbequistão) um sistema de produção de papel a partir de talos de algodão usando tecnologia que não exigiria a construção de grandes fábricas”, explicou o cientista sobre como chegou a essa realização bem-sucedida.
Ele explicou que "no Uzbequistão a indústria de celulose e papel não pode existir na mesma escala que em Arkhangelsk e na Rússia como um todo, porque não há florestas lá, mas o algodão não é uma matéria-prima menos valiosa (para produção de papel) do que muitos tipos de madeira. É possível produzir papel obtendo fibras "polifabricadas a partir de hastes de algodão e, dessa forma, o papel necessário no Uzbequistão pode ser parcialmente assegurado", explica Sodikov, que acaba de começar a trabalhar nisso.
A produção de papel a partir do colmo do algodão resolve atualmente o problema do aproveitamento do colmo e da escassez de matéria-prima para a indústria papeleira em países com agricultura desenvolvida. economia.
Os caules de algodão parecem um pouco com galhos de salgueiro – no inverno, eles são usados por moradores locais para aquecimento ou como forragem para animais domésticos, mas a maioria dos caules é deixada no campo no verão. O Uzbequistão é um país têxtil e também é um dos líderes em fornecimento de algodão para outros países.
A pesquisa atual do colaborador científico faz parte dos esforços de maior escala do Centro de Inovação e Tecnologia “Tecnologias Modernas para Processamento de Biorrecursos do Norte” da Faculdade de Ciências Agrárias para encontrar novos tipos de matérias-primas e desenvolver tecnologias para obtenção de materiais para a produção de papel e papelão.
A esse respeito, Hatalia Shcherbak, chefe do Departamento de Celulose e Papel e Produção Química da Antiga Escola de Recursos Naturais e Tecnologias da Universidade Estadual de Agricultura, comenta que “em Astrakhan, durante a era soviética, havia uma fábrica que produzia placas de fibra de madeira a partir de juncos, e esse material de construção era procurado no mercado local”. Segundo ela, “velhas ideias agora estão sendo revividas, transformadas para novas condições, porque há novos tipos de equipamentos, produtos químicos, requisitos ambientais mais rigorosos e há uma grande demanda por tipos modernos de materiais”.
Foto ilustrativa de Nur Yilmaz: https://www.pexels.com/photo/cotton-on-white-background-9702241/