Em 20 de março de 2025, o Conselho da UE se reuniu em Bruxelas para deliberar sobre uma ampla gama de questões globais e regionais urgentes. A reunião, encapsulada em documento EUCO 1/25, refletiu o compromisso contínuo da Europa com o multilateralismo, a estabilidade geopolítica e a resiliência econômica.
Paisagem geopolítica e multilateralismo
O Conselho iniciou sua sessão com uma troca de opiniões com o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, ressaltando a dedicação da UE a uma ordem internacional baseada em regras. Em uma era marcada por alianças mutáveis e crescentes tensões geopolíticas, a UE reafirmou seu firme compromisso com os princípios consagrados na Carta da ONU — soberania, integridade territorial e autodeterminação. Essa reafirmação é crucial à medida que as potências globais navegam em águas diplomáticas complexas em meio a crescentes ações unilaterais e violações de normas internacionais.
Ucrânia: Um Foco Persistente
Um segmento fundamental das discussões centrou-se em Ucrânia, com o Presidente Volodymyr Zelenskyy a juntar-se ao Conselho. O documento destaca que 26 Chefes de Estado ou de Governo apoiaram firmemente o texto estabelecido no documento EUCO 11/25, indicando um forte consenso sobre a posição da UE em relação Ucrânia. Este apoio inabalável sublinha o interesse estratégico da UE em garantir a estabilidade e a soberania na Ásia Oriental. Europa. O Conselho planeja revisitar esta questão em sua próxima reunião, sinalizando a importância do engajamento e apoio sustentados à Ucrânia em meio aos desafios atuais.
Oriente Médio: Busca pela paz e estabilidade
O Conselho abordou a situação volátil no Médio Oriente, lamentando particularmente o colapso do cessar-fogo em Gaza e a recusa do Hamas em libertar os reféns restantes. O apelo a um regresso imediato à plena implementação do acordo de cessar-fogo-libertação de reféns reflecte a EUabordagem equilibrada da ONU para mediar conflitos, priorizando ao mesmo tempo as preocupações humanitárias.
O endosso do Plano de Recuperação e Reconstrução Árabe na Cúpula do Cairo ilustra ainda mais o papel proativo da UE em promover a estabilidade regional e a recuperação econômica. A prontidão da UE em colaborar com parceiros árabes e outros parceiros internacionais significa um esforço multilateral para abordar questões de longa data por meio de iniciativas abrangentes de reconstrução e desenvolvimento.
Além disso, a UE reiterou seu compromisso com uma solução de dois estados para Israel e Palestina, enfatizando a necessidade de todas as partes se absterem de ações que minem essa perspectiva. O apoio contínuo à Autoridade Palestina e sua agenda de reformas é um testamento da visão de longo prazo da UE para a paz e a prosperidade na região.
Competitividade: Fortalecer a espinha dorsal económica da Europa
Reconhecendo que uma União competitiva é sinónimo de uma União mais forte, o Conselho sublinhou a necessidade urgente de reforçar Europacompetitividade. A Declaração de Budapeste sobre o Novo Acordo de Competitividade Europeia e as conclusões da reunião de 6 de março de 2025 sobre a defesa europeia servem como estruturas orientadoras para esses esforços.
As principais prioridades incluem simplificar regulamentações, reduzir encargos administrativos, diminuir preços de energia e mobilizar poupanças privadas para desbloquear investimentos necessários. A apresentação do Competitiveness Compass, Clean Industrial Deal e agenda de simplificação Omnibus são passos concretos para atingir essas metas. Os esforços de simplificação visam reduzir os encargos administrativos em pelo menos 25% no geral e 35% para PMEs, promovendo um ambiente regulatório mais favorável à inovação.
A soberania energética e a neutralidade climática continuam sendo centrais para a estratégia da UE. O Conselho apelou para esforços intensificados para proteger cidadãos e empresas de altos custos de energia e garantir fornecimentos de energia limpa e acessível. O Plano de Ação para Energia Acessível, apresentado em 26 de fevereiro de 2025, descreve medidas estruturais e de curto prazo para atingir esses objetivos.
União dos Mercados de Capitais e Integração Financeira
A criação de mercados de capitais europeus verdadeiramente integrados e mais profundos é considerada primordial para aumentar a competitividade e a autonomia estratégica. O Conselho instou a uma ação rápida sobre as propostas pendentes do Plano de Ação de 2020 sobre a União dos Mercados de Capitais, incluindo as reformas da insolvência. A ênfase na participação do varejo nos mercados de capitais e nas melhorias nos produtos de pensão pessoal pan-europeus visa canalizar investimentos privados substanciais para a União Europeia. economia.
Esforços para melhorar o ecossistema de private equity e venture capital, juntamente com regimes opcionais de direito empresarial para empresas inovadoras, são projetados para promover o crescimento empresarial e a inovação. Agilizar a supervisão e eliminar barreiras de mercado aumentará a integração financeira e a estabilidade em toda a UE.
Defesa e Segurança: Acelerando a Prontidão
À luz do Livro Branco sobre o Futuro da Defesa Europeia, o Conselho apelou para um trabalho acelerado para aumentar a prontidão da defesa da Europa nos próximos cinco anos. Esses esforços complementam o papel da OTAN e refletem a ambição da UE de contribuir positivamente para a segurança global e transatlântica. A rápida implementação das propostas recentes da Comissão e das opções de financiamento relevantes são essenciais para alcançar capacidades de defesa aprimoradas.
Migração e Fronteiras Externas
O Conselho fez um balanço do progresso na implementação de políticas de migração, encorajando parcerias abrangentes e a prevenção da migração irregular. Foi dada prioridade a arquivos com uma dimensão de migração, particularmente gerenciamento de retornos e alinhamento de políticas de vistos por países vizinhos. O fortalecimento da segurança nas fronteiras externas continua sendo um objetivo fundamental, alinhando-se com a UE e o direito internacional.
Oceanos e Sustentabilidade Ambiental
Reconhecendo a importância estratégica dos oceanos, o Conselho enfatizou a necessidade de um Pacto Oceânico Europeu holístico. Esta iniciativa visa promover oceanos saudáveis, segurança marítima, segurança alimentar e uma economia azul sustentável. Os preparativos para a próxima Conferência dos Oceanos da ONU destacam o compromisso da UE em promover a proteção e a governança dos oceanos em nível internacional.
Conclusão
As deliberações do Conselho Europeu em 20 de março de 2025 revelam uma abordagem multifacetada para enfrentar os desafios globais e regionais. Desde o reforço da estabilidade geopolítica e a promoção da paz em zonas de conflito até o aumento da competitividade econômica e da sustentabilidade ambiental, a UE continua a desempenhar um papel fundamental na formação de um futuro resiliente e próspero. À medida que a Europa navega por essas questões complexas, as decisões tomadas durante esta reunião do Conselho terão, sem dúvida, implicações de longo alcance tanto para o continente quanto para o mundo.