Funcionários das Nações Unidas em todo o mundo que são recrutados localmente são “particularmente vulneráveis” à detenção e devem ser libertados e autorizados a voltar para casa, de acordo com o Secretário-Geral da ONU, António Guterres.
Somente no ano passado, 101 funcionários da ONU foram presos ou detidos em todo o mundo, dos quais pelo menos 52 permanecem detidos.
A ONU está presente em alguns dos locais mais perigosos e instáveis do mundo, incluindo Gaza, Sudão, Iêmen, Haiti e República Democrática do Congo.
Em uma declaração antes do Dia Internacional da Solidariedade com Funcionários Detidos e Desaparecidos o chefe da ONU disse que os funcionários da ONU muitas vezes servem “com imenso risco pessoal – enfrentando ameaças de sequestro, violência, assédio, detenção e muito mais”.
O Sr. Guterres pediu aos governos que garantam a segurança dos funcionários da ONU e busquem justiça pelos crimes cometidos contra eles.
Ele apelou a todos os Estados para que cumpram suas obrigações sob as convenções internacionais relacionadas à proteção do pessoal da ONU.
"Juntos, devemos proteger aqueles que servem a humanidade e ajudam a construir um mundo melhor e mais seguro para todos. "
Realizado no Iêmen
O estado do Iêmen, na Península Arábica, é um lugar particularmente perigoso para se trabalhar para as Nações Unidas.
“No Iémen, 23 funcionários da ONU, juntamente com muitos outros trabalhadores humanitários, continuam detidos – alguns por mais de três anos”, disse o presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, Philémon Yang, em sua mensagem para marcar o dia internacional.
Os funcionários estão sendo mantidos por autoridades Houthi de fato em áreas do país sob seu controle. O Iêmen está envolvido em conflito civil desde 2014 entre militantes Houthi e o Governo reconhecido internacionalmente.
O Sr. Yang disse que “um trabalhador humanitário da ONU do Programa Mundial de Alimentos morreu enquanto estava detido”, acrescentando que esses colegas “se dedicaram a educar crianças, fornecer assistência médica e alimentar vital a milhões de pessoas e promover a paz e o diálogo.
"O trabalho deles deve ser protegido. Estou em total solidariedade com todos os detidos. Eles devem ser libertados e protegidos.. "
Os funcionários detidos no Iémen são todos funcionários nacionais e, antes da sua detenção, trabalharam com a ONU e outras agências, incluindo o gabinete de direitos humanos da ONU (ACNUDH), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, UNICEF, UNESCO, o Programa Alimentar Mundial e as ONGs CARE, Save the Children e Oxfam.
A Presidente da Assembleia Geral – que compreende todos os 193 estados-membros da ONU – apelou à libertação imediata e incondicional de todos os funcionários da ONU detidos no Iémen e noutros locais.
Solidariedade e ação
A Dia Internacional da Solidariedade com Funcionários Detidos e Desaparecidos marca o aniversário do rapto de Alec Collett, um antigo jornalista que trabalhava para a agência das Nações Unidas para os refugiados da Palestina, UNRWA, que foi sequestrado por um atirador em 1985. Seu corpo foi encontrado no Vale de Bekaa, no Líbano, em 2009.
O objetivo do dia internacional é mobilizar ações, exigir justiça e fortalecer a determinação de proteger os funcionários e as forças de paz da ONU, bem como os trabalhadores da comunidade não governamental e da mídia.