A descoberta surge na sua mais recente breve sobre violência contra civis, o que também revela um aumento semelhante em incidentes de violência sexual relacionada a conflitos (VCSR).
As fontes incluem relatos de vítimas e testemunhas oculares, bem como relatórios de fontes secundárias identificadas durante missões de campo, prestadores de serviços e parceiros de proteção.
Assassinatos, sequestros e outros horrores
No ano passado, IMPERDÍVEL documentou 1,019 incidentes violentos que afetaram 3,657 civis.
Desse total, 1,561 foram mortos e 1,299 ficaram feridos. Outras 551 pessoas foram sequestradas, incluindo pelo menos nove trabalhadores humanitários, enquanto 246 foram submetidas a CRSV.
Isso representa um aumento de 15% em relação aos 885 incidentes violentos documentados em 2023 e um aumento de nove por cento nas vítimas.
A UNMISS disse que a violência armada comunitária por milícias comunitárias e/ou grupos de defesa civil continua sendo a principal causa de danos contra civis, respondendo por quase 80% das vítimas.
O estado de Warrap registrou o maior número de mortes e ferimentos de civis, principalmente por milícias comunitárias e/ou grupos de defesa civil, enquanto o estado de Equatoria Ocidental documentou o maior número de violência sexual.
A maioria dos sequestros ocorreu no estado de Equatoria Central, principalmente por supostos membros de grupos dissidentes da Frente de Salvação Nacional, seguido pelo estado de Jonglei, supostamente por elementos armados da comunidade Murle.
Ação urgente necessária
“Proteger civis e prevenir a violência exige ação urgente por parte das autoridades nos níveis nacional, estadual e local, bem como das comunidades, para abordar as causas profundas do conflito e encontrar soluções não violentas”, disse Nicholas Haysom, Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para o Sudão do Sul e Chefe da UNMISS.
Ele enfatizou a necessidade crítica de promover o diálogo, a reconciliação e a coesão social para aliviar as tensões e construir confiança.
Observando que o Governo do Sudão do Sul tem a responsabilidade primária de proteger os civis, a UNMISS apelou às autoridades nacionais e estaduais para que tomem medidas apropriadas para acabar com a violência, acalmar as tensões e responsabilizar os perpetradores.
A Missão da ONU apoia esses esforços realizando milhares de patrulhas de manutenção da paz todos os anos. Também apoia os esforços comunitários para promover a reconciliação e a construção da paz por meio do diálogo e auxilia ativamente os processos políticos e de paz.
Tensões e insegurança recentes
O Sudão do Sul é o país mais jovem do mundo, tendo conquistado a independência do Sudão em julho de 2011, mas logo entrou em guerra civil.
Os combates eclodiram em dezembro de 2013 entre tropas leais ao presidente Salva Kiir e forças de oposição lideradas por seu rival, Riek Machar. Centenas de milhares de pessoas foram mortas e milhões deslocadas. Um acordo de paz de 2018 pôs fim ao conflito e estabeleceu um governo de unidade.
A ONU vem alertando contra um retorno à guerra em larga escala devido ao aumento das tensões, incluindo a prisão do Sr. Machar no mês passado e a nova mobilização do exército e de grupos armados opositores em algumas regiões.
O Sr. Haysom, chefe da UNMISS, informou a ONU Conselho de Segurança na quarta-feira. Ele disse que a forte deterioração da situação política e de segurança ameaça destruir os ganhos de paz alcançados nos últimos anos.