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Sexta-feira, junho 20, 2025
Escolha dos editoresUma crise crescente: o aumento do uso de cetamina entre os jovens britânicos

Uma crise crescente: o aumento do uso de cetamina entre os jovens britânicos

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Jan Leonid Bornstein
Jan Leonid Bornstein
Jan Leonid Bornstein é repórter investigativo da The European Times. Ele tem investigado e escrito sobre extremismo desde o início de nossa publicação. Seu trabalho lançou luz sobre uma variedade de grupos e atividades extremistas. Ele é um jornalista determinado que persegue temas perigosos ou polêmicos. Seu trabalho teve um impacto no mundo real ao expor situações com um pensamento inovador.
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Nos cantos iluminados por neon da cena rave underground de Londres, uma crise silenciosa se desenrola. Enquanto a cocaína e o ecstasy continuam sendo itens básicos da vida noturna britânica, uma tendência mais insidiosa está ganhando força: a cetamina, antes relegada à periferia do mundo das drogas, está crescendo em popularidade entre os jovens. Autoridades de saúde pública, médicos e agências de segurança pública alertam que seu uso está se transformando em uma epidemia com graves consequências para a saúde física e mental, sobrecarregando sistemas de tratamento já sobrecarregados.

Os dados: um aumento acentuado no uso

Números oficiais do Pesquisa Criminal para Inglaterra e País de Gales (CSEW), publicado em janeiro de 2024 pelo Escritório Nacional de Estatísticas (ONS), revela uma trajetória preocupante. O uso de cetamina entre jovens de 16 a 24 anos quase dobrou desde 2019, com 2.1% dos entrevistados relatando uso no último ano — um número que, segundo especialistas, subestima a real dimensão. As áreas urbanas contam uma história ainda mais sombria. Um estudo de 2023 em The Lancet Regional Health—Europa descobriram que, em Londres, a cetamina foi responsável por 12% de todas as novas admissões para tratamento de drogas em 2022, acima dos 4% em 2018. O Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA) agora classifica o Reino Unido como tendo a maior prevalência de uso de cetamina na Europa Ocidental, superando a França e a Alemanha.

Por que usar cetamina? Acessibilidade e equívocos

KetaminaA dupla identidade do medicamento — como medicamento legalmente prescrito e como substância ilícita — impulsiona sua acessibilidade. Originalmente desenvolvido como anestésico veterinário, continua sendo um analgésico e antidepressivo aprovado clinicamente. No entanto, versões ilícitas, frequentemente desviadas de suprimentos veterinários ou produzidas em laboratórios clandestinos, inundaram o mercado negro. A Agência Nacional do Crime (NCA) apreendeu um recorde de 3.4 toneladas de cetamina em 2023, um aumento de 40% em relação a 2021, com grande parte do fornecimento rastreada até a fabricação ilegal na China e na Índia.

A acessibilidade amplia seu apelo. Um grama de cetamina custa apenas £ 10 (US$ 13) em casas noturnas ou online, em comparação com £ 30 (US$ 39) por um grama de cocaína. Para os jovens que enfrentam o aumento do custo de vida, essa diferença de preço é um fator crítico. Enquanto isso, persistem equívocos sobre segurança. Ao contrário dos opioides, a cetamina não suprime a respiração, levando muitos usuários a subestimar seus riscos. No entanto, estudos confirmam que seus efeitos a longo prazo — embora menos letais imediatamente — podem ser igualmente devastadores.

Consequências para a saúde: bexiga, cérebro e saúde mental

O uso crônico de cetamina causa graves danos físicos. A droga está associada à "síndrome da bexiga de cetamina", uma condição que causa úlceras dolorosas, incontinência e insuficiência renal. Uma revisão de 2022 em Revisões da natureza descobriram que 20 a 30% dos usuários regulares desenvolvem sintomas urinários, com alguns necessitando de intervenção cirúrgica. Hospitais relatam um aumento nos casos: urologistas do University College London Hospital observam um aumento acentuado de pacientes jovens que precisam de cateteres ou reconstruções da bexiga, geralmente na faixa dos 20 anos.

Os riscos para a saúde mental são igualmente alarmantes. Os efeitos dissociativos da cetamina — induzindo experiências extracorpóreas — podem desencadear psicose, paranoia e depressão. Um estudo longitudinal de 2023 em Psychological Medicine acompanharam 500 jovens usuários ao longo de cinco anos e descobriram que 40% desenvolveram sintomas psiquiátricos persistentes, com 15% necessitando de hospitalização. Pesquisas neurológicas ressaltam que, embora a cetamina não cause dependência no sentido tradicional, ela altera o sistema de recompensa do cérebro, criando dependência psicológica.

Fatores sociais: isolamento, ansiedade econômica e a era digital

O aumento do uso de cetamina se cruza com mudanças sociais mais amplas. Dados de saúde mental pós-pandemia revelam uma crise entre os jovens, com taxas crescentes de solidão e ansiedade. Um relatório de 2024 do Instituto de Pesquisa de Políticas Públicas (IPPR) constatou que 60% dos jovens usuários de cetamina citaram a solidão ou a ansiedade como principais motivadores para o uso. Pressões econômicas agravam esses problemas: salários estagnados, insegurança habitacional e a instabilidade da economia gig criam um terreno fértil para o escapismo.

A era digital alimenta ainda mais essa tendência. Comunidades online em plataformas como Reddit e TikTok exaltam os efeitos alucinógenos da cetamina, enquanto aplicativos criptografados facilitam compras discretas. A Agência Nacional de Crimes (National Crime Agency) observa que os serviços de mensagens criptografadas agora dominam a distribuição de cetamina, permitindo que os compradores evitem os traficantes tradicionais de rua.

Paralisia política: uma área jurídica cinzenta

Apesar da crise, a cetamina continua sendo uma droga de Classe C no Reino Unido, com pena máxima de dois anos de prisão por posse. Críticos argumentam que essa classificação minimiza seus malefícios. Análises acadêmicas, incluindo estudos da Universidade de Kent, destacam que a Classe C envia um sinal enganoso sobre o risco. A reclassificação para a Classe B — uma medida que aumentaria as penas e liberaria financiamento adicional para o tratamento — tem sido debatida, mas não implementada.

Os esforços governamentais para lidar com o problema permanecem fragmentados. Uma verba de £ 2 milhões (US$ 2.6 milhões) em 2023 visava expandir os programas de tratamento específicos para cetamina, mas grupos de defesa a descrevem como insuficiente. O tempo de espera para atendimento especializado costuma chegar a seis meses, e muitas clínicas não possuem profissionais treinados em transtornos relacionados à cetamina.

O Caminho à Frente: Um Apelo à Urgência

A crise da cetamina exige uma resposta multifacetada. Regulamentação mais rigorosa das vendas online, ampliação dos serviços de saúde mental e campanhas de conscientização pública voltadas para escolas e pais são cruciais. Pesquisas da Universidade de Exeter enfatizam a necessidade de desestigmatizar as conversas sobre os riscos da cetamina, especialmente entre educadores e familiares.

Por enquanto, o custo humano continua a aumentar. Em Bristol, uma estudante de 22 anos, que pediu anonimato, descreveu seu vício em cetamina, que durou três anos, como "um acidente de carro em câmera lenta". Depois de perder sua vaga na universidade e desenvolver fortes dores na bexiga, ela se internou em uma clínica de reabilitação em 2023. "Eu achava que era invencível", disse ela. "Mas a cetamina levou tudo."

À medida que a Grã-Bretanha luta contra essa epidemia oculta, os riscos aumentam a cada mês. Sem uma ação decisiva, a próxima geração poderá pagar o preço.

The European Times

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