Uma investigação em andamento em três países levou à prisão de um empresário ucraniano suspeito de lavagem de dinheiro ilícita por meio de negócios imobiliários na França e em Mônaco. Autoridades francesas, ucranianas e monegascas estão trabalhando juntas para descobrir um esquema de lavagem de dinheiro em larga escala envolvendo lucros provenientes da venda ilegal de armas e de ações de uma empresa de defesa. 57 milhões de euros em lucros ilícitos foram congelados na França e devem ser devolvidos à Ucrânia.
O suspeito é filho de um proeminente empresário ucraniano, dono de uma empresa de defesa. Após a invasão russa, os lucros começaram a cair, e os proprietários são suspeitos de terem vendido ilegalmente sua participação majoritária a representantes de um Estado estrangeiro.
Para ocultar os lucros ilegais obtidos com a venda, o filho do proprietário comprou propriedades em vários países, incluindo França e Mônaco. Acredita-se que ele tenha lavado centenas de milhões de euros em lucros.
Só na França, ele é suspeito de ter lavado mais de 57 milhões de euros entre 2010 e 2023. Ele também lavou lucros da venda ilegal de armas de seu pai, dono da empresa de defesa. Logo após a abertura de uma investigação de lavagem de dinheiro, as autoridades francesas congelaram os bens dos suspeitos, no valor de 57 milhões de euros, com a intenção de devolvê-los à Ucrânia.
As investigações continuaram no âmbito de uma equipe de investigação conjunta (EIC) criada pela Eurojust, facilitando a cooperação judiciária entre os três países. Autoridades francesas, ucranianas e monegascas trabalharam em conjunto, com o apoio da Eurojust, para estabelecer uma estratégia judiciária e trocar informações sobre as atividades ilegais.
A colaboração resultou na prisão do filho em Mônaco em 28 de abril. As autoridades francesas, ucranianas e monegascas estão atualmente interrogando-o como parte da EIC. Durante a operação, diversos documentos valiosos para a investigação foram descobertos em Mônaco. O proprietário da empresa de defesa já está sendo julgado na Ucrânia por crimes contra a segurança nacional e agora também é suspeito de lavagem de dinheiro.
As seguintes autoridades realizaram as operações:
- França: JUNALCO (Jurisdição Nacional contra o Crime Organizado); Ministério Público de Paris; ONAF (Gabinete Nacional contra a Fraude)
- Ucrânia: Gabinete do Procurador-Geral; Serviço de Segurança da Ucrânia
- Mônaco: Procuradoria-Geral da República de Mônaco; Direção de Segurança Pública