Negando a invasão
“Enquanto o governo alega que o objetivo da nova legislação é proteger a 'verdade' sobre o que ele chama eufemisticamente de 'operação militar especial' na Ucrânia, na realidade, a lei coloca a Rússia sob um bloqueio total de informações sobre a guerra e, ao fazê-lo, dá um selo oficial de aprovação à desinformação e desinformação”, disseram os especialistas independentes nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos, em um comunicado de imprensa publicado pelo escritório de direitos humanos da ONU, ACNUDH.
Essa lei é mais um passo drástico em uma longa série de medidas ao longo dos anos, restringindo a liberdade de expressão e a liberdade de mídia e diminuindo ainda mais o espaço cívico na Federação Russa, disseram eles.
A lei teve um efeito assustador, forçando alguns meios de comunicação a autocensurar suas reportagens sobre a guerra na Ucrânia.
Em menos de uma semana, vários meios de comunicação nacionais fecharam ou suspenderam suas atividades, devido ao aumento das restrições à reportagem.
Resposta da mídia internacional
Temendo pela segurança de seus funcionários, vários meios de comunicação internacionais também anunciaram sua intenção, quando a lei foi introduzida, de suspender as reportagens de Moscou.
Na semana passada, de acordo com o comunicado de imprensa, as autoridades russas bloquearam ou limitaram o acesso a vários sites de notícias, incluindo BBC, Deutsche Welle e RFE, bem como Facebook e Twitter, pelos usuários no país.
"By restringindo relatórios e bloqueando o acesso a informações online as autoridades não estão apenas sufocando os últimos vestígios de mídia independente e pluralista na Rússia, mas também estão privando a população de seu direito de acesso a diversas notícias e opiniões neste momento crítico em que milhões de russos querem legitimamente saber mais sobre a situação na Ucrânia”, disseram os especialistas independentes.
Essas restrições à mídia e ao acesso à informação on-line ocorrem no contexto de uma repressão a milhares de manifestantes anti-guerra e direitos humanos defensores, as notas de imprensa.
Prisões em massa
"As alegações generalizadas de uso indiscriminado da força e prisões em massa de manifestantes pelas autoridades são profundamente alarmantes. A principal responsabilidade das autoridades no policiamento de assembleias é proteger os manifestantes pacíficos e facilitar o exercício do direito à liberdade de reunião pacífica”, acrescentaram os especialistas.
Os especialistas também expressaram sua grande preocupação com o ataque dos militares russos a trabalhadores da mídia e instalações de mídia na Ucrânia, que colocou em risco a segurança dos jornalistas, levou a vários ataques contra trabalhadores da mídia e danificou a infraestrutura de transmissão.
Chamada de investigação
Eles pediram à comissão internacional independente de inquérito, recentemente estabelecida pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, para investigar plenamente e garantir a responsabilização por violações e abusos do direito à informação e liberdade de expressão, e todos os ataques e ameaças à segurança de jornalistas em Ucrânia.
Relatores especiais e especialistas independentes são nomeados pela ONU com sede em Genebra Conselho de Direitos Humanos para examinar e relatar de volta sobre um tema específico de direitos humanos ou a situação de um país. Os cargos são honorários e os especialistas não são pagos pelo seu trabalho.