TUNIS, Tunísia - Os bahá'ís da Tunísia estão comemorando um século desde que 'Abdu'l-Bahá enviou um bahá'í egípcio chamado Sheikh Muḥyí'd-Dín Sabrí para a Tunísia com uma mensagem de paz e unidade.
No que acabou sendo um momento crucial na história dos bahá'ís daquele país, o xeque Muḥyí'd-Dín Sabrí encontrou um grupo de jovens na principal avenida de Túnis que se inspiraram na visão da Fé Bahá'í de um mundo pacífico fundado em princípios espirituais, como a unidade essencial da humanidade. Pouco tempo depois, esses jovens abraçaram plenamente os ensinamentos bahá'ís, dedicando suas vidas a servir sua sociedade.
Cem anos depois, os bahá'ís da Tunísia estão perseguindo essa mesma visão, mais recentemente realizando um painel de discussão sobre coexistência pacífica na mesma avenida onde as pessoas vão para conversas amigáveis com outras, assim como as pessoas faziam então.
O encontro foi realizado pelo Escritório Bahá'í de Relações Exteriores do país, reunindo cerca de 50 jornalistas, acadêmicos, líderes religiosos e representantes da sociedade civil para explorar em particular como as sociedades podem superar a violência.
Mohamed Ben Moussa, do Escritório de Relações Exteriores, explica que a questão da violência na sociedade contemporânea deve ser abordada em muitos contextos diferentes no caminho do progresso social, inclusive no contexto da família, educação, mídia e esportes.
“É importante identificar as causas da violência”, diz ele. Refletindo sobre essa ideia, o Sr. Ben Moussa explica que o enfrentamento da violência começa no nível do pensamento.
Com base nos escritos de 'Abdu'l-Bahá, ele afirma: “Quando surge um pensamento de guerra, temos que nos opor a ele com um pensamento mais forte de paz. Um pensamento de ódio deve ser destruído por um pensamento mais poderoso de amor.”
Este tópico em particular foi de grande interesse entre os jornalistas no encontro, que discutiram o impacto da mídia na percepção das pessoas sobre sua sociedade. Rim Ben Khalife, jornalista presente no encontro, falou sobre o papel vital da mídia na promoção de uma cultura de convivência e aceitação das diferenças. “A mídia, em frenética search para audiências maiores e sob pressão financeira, às vezes pode perder de vista seu papel social e cultural em aumentar a conscientização e a consciência, e às vezes pode se tornar um incitador de violência”.
A Sra. Ben Khalife falou ainda sobre o desejo de um número crescente de jornalistas de superar esses desafios e promover um ambiente de mídia que inspire os profissionais dessa área e a sociedade em geral a aceitar mais as diferenças.
Afifa Bousarirah bin Hussein, membro da comunidade bahá'í da Tunísia, ecoou esse sentimento, afirmando: “Para não apenas transcender nossas diferenças, mas para construir uma sociedade pacífica, temos que nos dedicar ao princípio da unidade na diversidade . Esta pátria abriga a todos.”
O encontro, que contou com a presença de cerca de 20 jornalistas, foi coberto pelos principais jornais da Tunísia e incluiu a exibição de dois curtas-metragens explorando as contribuições da comunidade bahá'í para uma maior coexistência naquele país nos últimos 100 anos.
