As Forças Armadas da Ucrânia estão usando iscas infláveis e de madeira para confundir os russos e reduzir a ameaça letal representada pelos drones de combate russos e outras armas no arsenal do exército russo.
Exemplo de um tanque inflável. Crédito da imagem: Inflatech
A guerra baseada no engano é conhecida desde as primeiras guerras antigas. E mesmo quando a tecnologia avançou para o nível atual, ainda estão sendo usados diferentes métodos para ocultar as verdadeiras forças militares.
Drones, armas de longo alcance e outros avanços tecnológicos mudaram significativamente a situação no campo de batalha na Ucrânia. Mas manequins são um método muito eficaz para combater essas novas ameaças, escreve The Economist.
Tanques infláveis
Os militares russos constantemente relatam ter destruído inúmeras unidades de M142 HIMARS sistemas de foguetes de lançamento múltiplo. Kiev, por sua vez, afirma que nem um único HIMARS foi perdido desde que os Estados Unidos começaram a fornecê-los em julho passado. Qual é a razão para tal incompatibilidade de estatísticas de combate?
A razão pela qual isso acontece pode parecer muito simples e até um pouco divertida.
A Ucrânia possui uma frota de réplicas de madeira do HIMARS, montadas em caminhões pesados. Mas suas forças militares têm uma experiência ainda maior no uso de iscas. Desde 2018, a Ucrânia começou a usar modelos infláveis de veículos blindados pesados e plataformas de armas, explicou Andrijus Rymaruks, representante da fundação “Return Alive”.
Chamarizes infláveis de HIMARS e algum tipo de tanque de batalha principal possivelmente um M1A1 Abrams produzido pela empresa tcheca Inflatech foram fotografados, no entanto, seu CEO se recusou a dizer se seus chamarizes estão indo para a Ucrânia, mas que as vendas aumentaram quase 30% desde a última ano. pic.twitter.com/W3gc2CY7ln
- OSINTdefender (@sentdefender) 7 de março de 2023
O “equipamento” de madeira é pesado e consiste em várias partes. Para transportá-lo, é necessário um veículo de carga. Além disso, uma equipe de engenharia deve montá-los e desmontá-los, conforme a necessidade. Já a estrutura inflável é feita de tecido de náilon, é mais barata de produzir, leve o suficiente para carregar na mochila.
Segundo um engenheiro da empresa tcheca Inflatech, que produz maquetes de carros blindados, esses sistemas são instalados muito rapidamente: basta ligar a bomba e em dez minutos uma “cópia novinha em folha” do HIMARS está pronta.
Tanques, artilharia, morteiros, metralhadoras - você escolhe. É possível fabricar análogos de nylon, borracha ou madeira para quase qualquer tipo de equipamento militar.
A Federação Russa também possui fábricas para a produção de estruturas infláveis, incluindo caças e sistemas de mísseis. À distância – como, por exemplo, ao observar o território a partir de um drone de grande altitude ou imagens de satélite – a base aérea com esses manequins parecerá superlotada de aeronaves de combate.
Dificuldades surgem ao replicar algumas partes específicas de veículos blindados, como o antenas de sistemas de radar. Segundo um engenheiro da Inflatech, os canhões dos tanques são muito longos, então tubos de alumínio são usados em vez de peças infláveis. Os pedidos da Inflatech aumentaram 30% desde o início da guerra na Ucrânia.
Por sua vez, os layouts de chamariz e a tecnologia geral de produção também foram aprimorados. Já um tanque falso – inflável ou de madeira – é praticamente indistinguível de um real a uma distância de cinco metros. O que, de fato, parece difícil de acreditar, mas são palavras de militares.
Para confundir os termógrafos dos drones, as maquetes infláveis são equipadas com refletores e falsos geradores de assinatura térmica, que imitam o sinal obtido após um projétil atingir um tanque real.
Atualmente, esses chamarizes são usados principalmente para reduzir a ameaça representada pelos drones russos Lancet, considerados as aeronaves mais perigosas de seu tipo. O alcance operacional dos drones Lancet é de 40 km e eles podem carregar até 3 kg de explosivos.
Mas não só os drones podem ser enganados por essas medidas. A artilharia inimiga também desperdiça toneladas de munição para atingir estruturas falsas.
