COMECE aborda a Comissão da UE sobre a estratégia Covid-19
“É fundamental manter o diálogo com as Igrejas”
Por ocasião da última reunião de 2020 do Comitê Permanente do COMECE na terça-feira, 15 de dezembro de 2020, os Bispos também abordaram a Estratégia da Comissão Europeia sobre “Proteger-se do Covid-19 durante o inverno”. Embora congratulando-se com os esforços para uma abordagem coordenada e sustentável da UE contra a atual pandemia, o COMECE insta as instituições europeias a consultar as Igrejas e comunidades religiosas, especialmente ao considerar recomendações que tenham impacto em questões religiosas.
Na sequência da publicação da Comissão Europeia estratégia “Proteger-se do Covid-19 durante o inverno” na quarta-feira, 2 de dezembro de 2020, a COMECE recorda o compromisso consagrado no artigo 17.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE). Neste contexto, é particularmente crucial consultar as Igrejas e comunidades religiosas quando referências que também dizem respeito a questões religiosas são consideradas em documentos da UE.
O documento adoptado pela Comissão Europeia recomenda aos Estados-Membros que “considere evitar grandes cultos ou usar transmissão online, de TV ou rádio, em caso de cerimônias, […] e proibição de cantos comunitários”. Embora compreenda a preocupação por trás da recomendação, o COMECE não pode apoiar o método pelo qual as instituições da UE optaram por fornecer tal orientação.
Além disso, a COMECE também gostaria de destacar que Artigo 17.1 TFUE sublinha a competência nacional exclusiva para determinar as relações entre a Igreja e o Estado e a não ingerência da UE nessas relações.
“A falta de competência da UE – afirma o Pe. Manuel Barrios Prieto, Secretário Geral do COMECE – deveria ser um motivo mais que as instituições da UE envolver as autoridades religiosas na consideração de recomendações não vinculativas sobre assuntos relacionados com celebrações religiosas, no pleno respeito da liberdade religiosa”.
Conforme destacado pelos Presidentes de todas as Conferências Episcopais da UE em recente mensagem dirigida à UE e aos Estados-Membros, “o respeito pela liberdade religiosa dos crentes no pleno respeito dos requisitos sanitários é um elemento crucial para a Igreja em muitos Estados-Membros da UE durante a atual pandemia”.
As recomendações não vinculativas da UE nesta matéria, especialmente se tomadas sem consulta às Igrejas e comunidades religiosas, podem pôr em risco os esforços envidados nestes últimos meses pelos Estados-Membros da UE, juntamente com as Igrejas locais e as comunidades religiosas, para garantir que as medidas de saúde sejam durante as celebrações, evitando violações da liberdade de religião.