Declaração da Comissão Europeia Madrid, 05 de março de 2022
Muito obrigado Primeiro Ministro, caro Pedro,
Estou muito feliz por estar aqui em Madrid. Espanha, de fato, é um parceiro fundamental para mim e estou aqui para preparar com vocês a Cúpula informal que teremos na próxima semana.
Na verdade, em primeiro lugar, discutimos hoje a situação extremamente difícil criada pela guerra de Putin. O número de refugiados já ultrapassa 1.2 milhão de pessoas. E é provável que o número aumente várias vezes nos próximos dias e semanas. São mulheres, homens e crianças inocentes que fogem da guerra implacável e brutal de Putin. Eles precisam de nossa ajuda imediata. Todos os Estados-Membros estão a mostrar um grande coração e a ajudar na medida do possível. E muito obrigado, Pedro, pela oferta que você acabou de fazer em nossas discussões, mas também aqui. Sabemos muito bem que podemos contar com você, há uma longa tradição, e muito obrigado por isso. Também quero elogiar os países da linha de frente, como Polônia, Romênia, Eslováquia e Hungria, mas também a Moldávia, por sua notável solidariedade. Eles merecem nossa solidariedade e apoio, assim como todos os países europeus que acolhem refugiados.
A União Europeia está a disponibilizar 500 milhões de euros numa primeira parcela para ajudar os ucranianos. E garantimos esta semana que os refugiados ucranianos desta guerra terrível obtenham direitos de residência na União Europeia imediatamente por pelo menos um ano. Portanto, isso inclui não apenas o acesso ao mercado de trabalho, mas, por exemplo, também o acesso às escolas, o acesso aos cuidados médicos, muitas coisas que agora são desesperadamente necessárias. Permitam-me que diga que hoje estou orgulhoso da União Europeia. Nossa unidade, nossa determinação e solidariedade – isso é realmente Europa no seu melhor.
Impusemos três pacotes de sanções contundentes à liderança russa. Muito obrigado, Pedro, também aqui, pela cooperação muito estreita. Com isso, estamos limitando drasticamente a capacidade de Putin de financiar essa guerra atroz. Mas a guerra de Putin, como você disse, e suas consequências também afetarão nossos cidadãos e nossas economias aqui na União Europeia. Também discutimos isso hoje.
Um dos tópicos mais críticos é, de fato, a energia. Uma coisa é muito clara: a União Européia deve se livrar da dependência do petróleo, gás e carvão russos. Para isso, temos que diversificar a oferta, melhorar a eficiência energética e investir massivamente em renováveis. Porque este é um investimento estratégico na nossa segurança de abastecimento, mas também na saúde do nosso planeta. E fico feliz em dizer que a Espanha é um verdadeiro favorito. Com sua impressionante participação de energias renováveis – e no mix energético nacional, as energias renováveis desempenham o papel principal. Com as grandes capacidades de GNL. Mas também com o impressionante know-how e os players industriais no campo das energias renováveis.
Assim, a Espanha pode e desempenhará um papel importante no abastecimento da Europa. Para isso, temos de trabalhar, de facto, nas interligações entre a Península Ibérica e o resto da União Europeia. E nós discutimos que vamos trabalhar duro nisso. Esta é uma das grandes prioridades. Uma segunda prioridade, neste momento, é, obviamente, que temos de ajudar os consumidores, as famílias e as empresas que têm, de facto, problemas com as elevadas facturas de energia. Discutimos isso intensamente e certamente será um tema na Cúpula informal de Versalhes.
Caro Pedro,
Esta guerra desencadeada por Putin não é apenas atroz, é também uma luta das nossas democracias contra as autocracias. É um momento decisivo na nossa história, e a Espanha sabe muito bem que a democracia não tem preço e que devemos defendê-la.
Estou muito ansioso para vê-lo na Cúpula. E muito obrigado por me hospedar esta tarde.
Muito obrigado.
