883 pessoas em todo o mundo foram executadas no ano passado – o número mais alto desde 2017. É o que afirma um relatório da organização não governamental “Amnistia Internacional”, citado pela “France Press”.
Sabe-se que 20 países realizaram execuções em 2022, um número que representa um aumento de 53% em relação aos 12 meses anteriores.
O relatório especificou que esse número não incluía os “milhares” de prisioneiros mortos secretamente na China, mas contava as “impressionantes” 81 pessoas executadas em apenas um dia na Arábia Saudita.
Acredita-se que a classificação sinistra seja liderada pela China. Foi seguido pelo Irã (576 execuções), Arábia Saudita (196 – o maior número em 30 anos), Egito (24) e Estados Unidos (18).
A pena de morte também é amplamente utilizada na Coreia do Norte e no Vietnã, mas, como na China, os números permanecem “envoltos em segredo”, disse a Anistia Internacional.
No Oriente Médio e Norte da África, um aumento significativo no número de execuções foi relatado na Arábia Saudita, Irã e Egito.
Quase 40% das sentenças de morte registradas são para crimes relacionados a drogas – em Cingapura, 11 pessoas foram executadas por um crime semelhante.
A ONG enfatizou que isso viola as leis internacionais de direitos humanos, que só permitem execuções para crimes como assassinato premeditado.
“É hora dos governos e da ONU aumentarem a pressão sobre os responsáveis por essas flagrantes violações dos direitos humanos e garantirem a introdução de salvaguardas internacionais”, insistiu a secretária-geral da Anistia Internacional, Agnes Callamard.
No entanto, a organização também encontrou “um vislumbre de esperança” em seis países que aboliram parcial ou totalmente a pena de morte no ano passado. Estes são a República Centro-Africana, Guiné Equatorial, Cazaquistão, Papua Nova Guiné, Serra Leoa e Zâmbia.
“As ações brutais de países como Irã, Arábia Saudita, bem como China, Coreia do Norte e Vietnã estão agora firmemente em minoria. Esses países precisam urgentemente se atualizar, proteger os direitos humanos e exercer a justiça, não executar pessoas enfatizou Callamard.
Foto de Sora Shimazaki: https://www.pexels.com/photo/judges-desk-with-gavel-and-scales-5669619/