O país não participou de nenhuma missão militar da UE até agora porque não fazia parte da política de defesa comum europeia.
A grande maioria dos dinamarqueses (66.9%) apoiou a integração da Dinamarca na política de defesa da UE. Isso é demonstrado pelos resultados de todas as cédulas contadas do referendo realizado ontem sobre o assunto, informou a AFP.
“Esta noite, a Dinamarca enviou um sinal importante. Aos nossos aliados na Europa e na OTAN e ao presidente Vladimir Putin. Mostramos que quando Putin invade um país livre e ameaça a estabilidade da Europa, nós, os outros, nos unimos”, disse o primeiro-ministro dinamarquês. Mete Frederiksen na frente de seus torcedores.
“Há uma Europa antes de 24 de fevereiro, antes da invasão russa, e uma Europa depois disso”, acrescentou.
Duas semanas após a invasão russa, o primeiro-ministro da Dinamarca anunciou um acordo com a maioria dos partidos no parlamento para realizar um referendo sobre a adesão à política de defesa europeia da Dinamarca. Até agora, o país tem desfrutado do direito de exceção. A maioria dos partidos no parlamento também concordou em aumentar o investimento em defesa para atingir o limite de 2% do PIB exigido pela aliança.
A Dinamarca, um país tradicionalmente eurocético, recebeu em 1993 uma série de exceções a algumas políticas europeias. Por exemplo, o país não participou de nenhuma missão militar da UE até agora porque não fazia parte da política de defesa comum europeia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, saudaram a votação histórica na Dinamarca.
“Saúdo a forte mensagem de compromisso com nossa segurança comum enviada pelo povo dinamarquês”, escreveu von der Leyen no Twitter. Ela expressou confiança de que a Dinamarca e a UE se beneficiariam com esta decisão.
“O povo da Dinamarca fez uma escolha histórica”, acrescentou Charles Michel.