A lei visa combater o aumento da manipulação do mercado de energia, reforçando a transparência, os mecanismos de supervisão e o papel da agência para a cooperação dos reguladores da energia.
A legislação adotada na quinta-feira pela Comissão da Indústria, Investigação e Energia introduz novas medidas para proteger melhor o mercado grossista de energia da UE, tornando as faturas energéticas das famílias e empresas europeias mais seguras contra potenciais flutuações de preços de mercado a curto prazo.
A lei introduz um alinhamento mais estreito com as regras da UE em matéria de transparência dos mercados financeiros, abrange também novas práticas comerciais, como a negociação algorítmica, e reforça as disposições em matéria de comunicação e monitorização para proteger os consumidores contra abusos de mercado.
Divulgação oportuna e transparente de informações
Nas suas alterações, os eurodeputados reforçam a dimensão da UE e o papel de supervisão do Agência para a Cooperação dos Reguladores de Energia (ACER). Em casos transfronteiriços, se a Agência detectar uma violação de determinadas proibições e obrigações, poderá tomar diversas medidas, por exemplo, exigir o fim da violação, emitir advertências públicas e impor multas.
A pedido de uma autoridade reguladora nacional, a ACER pode fornecer assistência operacional relativa às investigações. Os eurodeputados decidiram também integrar na legislação atualizada os mecanismos que supervisionam a forma como é determinado o preço do gás natural liquefeito (GNL).
Parâmetros
“No nosso trabalho, fomos guiados por três princípios fundamentais: coerência jurídica e transparência, um reforço Europa dimensão e um mercado reforçado”, disse o eurodeputado principal Maria da Graça Carvalho (PPE, PT). “No nosso relatório, também introduzimos melhorias nas práticas de transparência e monitorização, prestando atenção para não sobrecarregar as empresas mais pequenas, e sublinhamos a necessidade de reforçar a colaboração entre as autoridades financeiras e energéticas para evitar abusos de mercado e especulação”, acrescentou.
Próximos passos
O projeto de mandato de negociação foi apoiado por 53 eurodeputados, 6 votaram contra e 2 abstiveram-se. Os eurodeputados também votaram pela abertura de negociações com o Conselho por 50 votos a favor, 10 contra e uma abstenção – uma decisão que terá de receber luz verde de todo o Parlamento durante a sessão plenária de 11 a 14 de setembro.
Contexto
Em resposta à crise energética exacerbada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, a Comissão Europeia apresentou a proposta legislativa juntamente com um reforma do desenho do mercado eléctrico em 14 de março de 2023. A proposta atualiza o Regulamento relativo à Integridade e Transparência no Mercado Grossista de Energia (REMIT), criado em 2011 para combater o abuso de informação privilegiada e a manipulação de mercado, garantindo a transparência e a estabilidade nos mercados energéticos da UE.