Descobrir novos livros online é um desafio que várias empresas estão tentando enfrentar.
Por Shubhangi Shah
A Amazon, o conglomerado multinacional de trilhões de dólares que agora lida com comércio eletrônico, computação em nuvem, serviços de streaming e inteligência artificial, começou em 1994 como um mercado online de livros. Embora Jeff Bezos não tenha sido o primeiro a criar um mercado de livros online, não será exagero dizer que ele permitiu a compra de livros na ponta dos dedos de qualquer indivíduo em qualquer parte do mundo. Três décadas depois, a tecnologia passou a definir, em grande medida, como os livros são publicados, comercializados, comprados e até lidos. Embora possamos ter resolvido esses aspectos, descobrir novos livros ainda é um desafio.
Os best-sellers estão por toda parte, assim como os livros de celebridades. No entanto, explorar títulos de autores novos e menos conhecidos pode parecer como encontrar uma agulha no palheiro. Parece que não há experiência online que possa substituir uma biblioteca ou livraria onde se pode virar as páginas de um título que parece interessante para zerar aquele que agrada. Agora, não entenda errado, há uma tonelada de recomendações e críticas disponíveis nas mídias sociais e jornais, mas o volume pode ser esmagador. Se ao menos houvesse algo para filtrar o ruído e nos ajudar a descobrir livros que poderíamos gostar.
Assim como existe uma lacuna, existem empresas se esforçando para preenchê-la. A última é Tertúlia, que literalmente se refere a uma reunião social com conotações literárias ou artísticas, especialmente na Península Ibérica ou na América Latina.
A partir de seu significado, a empresa descreve o aplicativo como: “inspirado nos salões informais ('tertulias') dos cafés e bares espanhóis, Tertulia é uma nova maneira de descobrir livros através de todas as conversas animadas e enriquecedoras que eles inspiram”. “Tertulia oferece recomendações de livros e conversas sobre livros nas mídias sociais, podcasts e na web, tudo em um aplicativo”, diz em seu site. Em palavras mais simples, o aplicativo usa tecnologia para agregar recomendações de livros e discussões em plataformas, como mídias sociais, podcasts, artigos de notícias etc., para criar recomendações personalizadas de acordo com o gosto do usuário. Além disso, os usuários também podem encomendar livros no aplicativo. Atualmente, brochuras e capas duras estão disponíveis, e a empresa planeja vender e-books e audiolivros nos próximos meses, informou o New York Times. O aplicativo foi lançado recentemente e está disponível na loja de aplicativos da Apple nos Estados Unidos. Os serviços ainda não foram disponibilizados na Índia.
Tertulia é a mais recente, mas não a única plataforma de descoberta de livros disponível. Bookfinity é um site que apresenta recomendações de livros com base em um questionário que você preenche. Começando com um nome e gênero simples, ele pede para você 'julgar um livro pela capa'. Não, não da maneira idiomática, mas escolhendo entre as capas de livros que aparecem na tela, a que você achar mais interessante. Você vai respondendo algumas perguntas sobre você para que o site faça recomendações.
Depois, há o aplicativo Cooper, a plataforma de mídia social para amantes de livros, cuja versão beta foi lançada recentemente para iOS nos Estados Unidos. O aplicativo traz leitores e autores em uma mesma plataforma buscando uma interação direta entre os dois. Evidentemente, pode ajudar autores novos e menos conhecidos a encontrar um público e leitores a descobrir livros novos e pouco conhecidos.
Esses são os novos, mas o Goodreads continua sendo o mais antigo da categoria. Fundado em 2006 e comprado pela Amazon em 2013, ele hospeda uma biblioteca virtual que permite que você descubra sua próxima leitura. Você também pode postar resenhas e recomendar livros a amigos.
Outro aplicativo é o Litsy, que parece ser um cruzamento entre Goodreads e Instagram. Nele, você pode compartilhar o que pensa, gosta ou não gosta de um livro. Uma espécie de comunidade de amantes de livros, pode ajudar seus amigos a descobrir sua próxima leitura, já que as visualizações são de uma fonte confiável.
Todas essas ideias parecem ótimas. No entanto, a questão ainda persiste se os aplicativos são a maneira de resolver o problema de descoberta de livros online. Não que haja falta de informação online, mas ainda falta a utilidade de peneirar livros em uma livraria. Outra questão aqui é a pressa mental. Embora a leitura de livros em uma livraria ou biblioteca possa ser uma experiência calmante, ajudando você a desacelerar, o mesmo pode não se aplicar a uma experiência online, que bombardeia você com uma tonelada de informações de uma só vez, sobrecarregando você. Um aplicativo que filtra tudo isso e vai direto ao ponto não seria ótimo? Ou podemos tentar viver mais no mundo físico. Melhor? Pode ser.
