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Sábado, Maio 4, 2024
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Papa convida clero canadense a enfrentar desafios do mundo secularizado

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Por Benedict Mayaki, SJ – O Papa Francisco, na noite de quinta-feira – quinto dia de sua Viagem Apostólica ao Canadá – presidiu as Vésperas com Bispos, clero, pessoas consagradas, seminaristas e agentes pastorais na Basílica de Notre-Dame de Québec.

Durante sua homilia no evento, o Santo Padre destacou o significado do encontro na Catedral da Igreja, cujo primeiro bispo, São Francisco de Laval, abriu o Seminário em 1663 e dedicou seu ministério à formação dos sacerdotes.

Salientou que as leituras das Vésperas falam dos anciãos (presbíteros), lembrando que São Pedro os exortou a apascentar o rebanho de Deus de boa vontade, pelo que os pastores da Igreja são convidados “a mostrar a mesma generosidade no apascentar o rebanho, em para manifestar a solicitude de Jesus por todos e a sua compaixão pelas feridas de cada um”.

Pastores, um sinal de Cristo

Cuidar do rebanho, disse o Papa, deve ser feito “com devoção e terno amor” – como exorta São Pedro – guiando-o e não permitindo que ele se desvie, porque “somos sinal de Cristo”. Os pastores devem fazer isso de boa vontade, não como um dever, como religiosos profissionais ou funcionários sagrados, mas “com zelo e coração de pastor”.

O Papa destacou que também os pastores são “cuidados” com o amor misericordioso de Cristo e sentem a proximidade de Deus. Isso, afirmou, é “a fonte da alegria do ministério e, acima de tudo, da alegria da fé”.

alegria cristã

“A alegria cristã é a experiência de uma paz que permanece em nossos corações, mesmo quando somos atingidos por provações e aflições”, disse o Papa, “pois então sabemos que não estamos sozinhos, mas acompanhados por um Deus que não está indiferente ao nosso destino.”

Explicou que não se trata de uma “alegria barata” como o mundo às vezes propõe, ou de riqueza, conforto e segurança, mas “é um dom gratuito, a certeza de saber que somos amados, sustentados e abraçados por Cristo em cada situação da vida”.

Ameaças à alegria da fé

Refletindo sobre a alegria do Evangelho em nossas comunidades, o Papa apontou a secularização como um dos fatores que “ameaça a alegria da fé e, portanto, corre o risco de diminuí-la e comprometer nossa vida como cristãos”.

Ele lamenta que a secularização tenha afetado muito o estilo de vida de homens e mulheres contemporâneos, que relegam Deus a segundo plano. “Deus parece ter desaparecido do horizonte, e sua palavra não parece mais uma bússola guiando nossas vidas, nossas decisões básicas, nossas relações humanas e sociais”, disse o Papa.

Considerando a cultura ambiente, Papa Francisco adverte contra cair “preso ao pessimismo ou ao ressentimento, passando imediatamente a julgamentos negativos ou a uma nostalgia vã”. Ele elabora duas visões possíveis do mundo: a “visão negativa” e a “visão perspicaz”.

Pontos de vista negativos vs. exigentes

A primeira visão – a negativa – é “muitas vezes nascida de uma fé que se sente atacada e pensa nela como uma espécie de “armadura”, defendendo-nos contra o mundo”, disse o Papa, acrescentando que essa visão reclama que “o mundo é o mal, o pecado reina” e corre o risco de se revestir de um “espírito de cruzada”.

O Papa adverte contra isso, pois “não é cristão” e “não é o caminho de Deus”. Ele observa que Deus detesta o mundanismo e tem uma visão positiva do mundo, abençoa nossa vida e se encarna em situações históricas para “dar crescimento à semente do Reino naqueles lugares onde as trevas parecem triunfar”.

Somos chamados “a ter uma visão semelhante à de Deus, que discerne o que é bom e o busca com persistência, o vê e o nutre. Esta não é uma visão ingênua, mas uma visão que discerne a realidade”, insiste o Papa Francisco.

Secularização e secularismo

Para refinar nosso discernimento do mundo secularizado, o Santo Padre recomenda inspirar-se em Paulo VI, que via a secularização como “o esforço, em si mesmo justo e legítimo e de forma alguma incompatível com a fé ou a religião” para descobrir as leis que regem a realidade e a vida humana implantado pelo Criador. Paulo VI também distinguiu entre secularização e secularismo que gera sutis e diversas “novas formas de ateísmo”, incluindo a sociedade de consumo, o prazer estabelecido como um valor supremo, o desejo de poder e dominação e discriminação de todos os tipos.

Como Igreja e como pastores do Povo de Deus e agentes pastorais, portanto, o Papa diz que cabe a nós “fazer essas distinções” e “fazer esse discernimento”, acrescentando que, se cedermos à visão negativa, corremos o risco de enviar o erro mensagem – como se a crítica à secularização mascarasse “a nostalgia de um mundo sacralizado, uma sociedade passada em que a Igreja e seus ministros tinham maior poder e relevância social”.

Secularização: um desafio para nossa imaginação pastoral

A secularização, continuou o Papa, “exige que reflitamos sobre as mudanças na sociedade que influenciaram a maneira como as pessoas pensam e organizam suas vidas” – não a diminuição da relevância social da Igreja.

Assim, “a secularização representa um desafio para a nossa imaginação pastoral” e “uma ocasião para reestruturar a vida espiritual em novas formas e para novas formas de existir”. Assim, uma visão de discernimento “nos motiva a desenvolver uma nova paixão pela evangelização, a buscar novas linguagens e formas de expressão, a mudar certas prioridades pastorais e a focar no essencial”.

Comunicando a alegria da fé

O Papa Francisco continua a sublinhar a importância de comunicar o Evangelho e a alegria da fé aos homens e mulheres de hoje, insistindo que se trata de um anúncio de “um testemunho repleto de amor gratuito” que deve ser concretizado “num estilo de vida pessoal e eclesial”. que pode reavivar o desejo do Senhor, infundir esperança e irradiar confiança e credibilidade”.

Indicando três desafios que podem moldar a oração e o serviço pastoral, o Papa disse que o primeiro é “tornar Jesus conhecido” e voltar ao anúncio inicial, em meio aos desertos espirituais criados pelo secularismo e pela indiferença. Acrescentou que devemos encontrar novos caminhos para anunciar o Evangelho àqueles que ainda não encontraram Cristo e isso exige “uma criatividade pastoral capaz de chegar às pessoas onde vivem, encontrar oportunidades de escuta, diálogo e encontro”.

Uma ocasião de conversão

O segundo desafio -testemunha- disse o Papa, exige que sejamos credíveis, pois o Evangelho é pregado com eficácia “quando a própria vida fala e revela a liberdade que liberta os outros, a compaixão que não pede nada em troca, a misericórdia que fala silenciosamente de Cristo”.

Nesta nota, o Papa pensou na Igreja no Canadá que se enveredou por um novo caminho depois de ser ferida pelo mal perpetrado por alguns de seus filhos e filhas. O Santo Padre também falou dos escândalos de abuso sexual de menores e pessoas vulneráveis.

Para derrotar a cultura da exclusão, o Papa Francisco defende que bispos e padres comecem por si mesmos e não se sintam superiores aos nossos irmãos e irmãs. Da mesma forma, os agentes pastorais devem “entender o serviço como poder”.

A fraternidade, terceiro desafio, significa que a Igreja será “testemunha credível do Evangelho quanto mais os seus membros encarnarem a comunhão, criando oportunidades e situações que permitam a todos os que se aproximam da fé encontrar uma comunidade acolhedora, capaz de ouvir, de entrar em diálogo e promovendo relacionamentos de qualidade.”

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