Segundo o ministro dos Transportes russo, Vitaly Saveliev, 76 aviões russos foram confiscados como resultado das sanções impostas por causa da invasão da Ucrânia, informou a “TVP World”.
Saveliev manifestou-se surpreendido com a repentina decisão de confiscar estes aviões, que se encontravam num armazém para armazenamento técnico, em processo de manutenção no estrangeiro, prestes a realizar voos ou já encomendados e prestes a entrar em serviço. Após o início das hostilidades, eles não foram repatriados para a Rússia.
Atualmente, a frota de aeronaves da Rússia conta com 1,302 aeronaves, 1,167 das quais são destinadas a passageiros.
Antes do início do conflito, muitos dos aviões de passageiros russos eram registados em países estrangeiros e alugados a companhias aéreas russas.
As Bermudas e a Irlanda, onde um número significativo destes aviões estava registado, revogaram os certificados de aeronavegabilidade de muitos deles em resposta à invasão da Ucrânia, bloqueando efectivamente quase 10 mil milhões de dólares deles na Rússia.
Em resposta, o presidente russo, Vladimir Putin, aprovou uma lei que permite que aeronaves estrangeiras alugadas sejam registadas na Rússia, tornando mais difícil para os países retomá-las.
Em março de 2022, Saveliev informou que quase 800 aeronaves haviam sido transferidas para o registro nacional.
No entanto, isso significa que a aeronave não recebe atualizações de software do fabricante. Manutenção, serviços e inspeção de acordo com os padrões da empresa também são afetados.
A Rússia está a tentar contornar as sanções e encontrar formas de substituir peças e equipamentos fabricados no Ocidente para manter a sua indústria aeronáutica em atividade.
O ministro dos transportes russo também mencionou que as companhias aéreas russas retomaram os voos para 11 países que garantiram não confiscar os seus aviões. Explicou que as negociações de indemnização por estes aviões e a sua compra foram dificultadas “pela proibição e pela falta de vontade por parte dos países estrangeiros”. Sevliev sublinhou que devido à falta destas aeronaves, a Rússia ficará sem uma frota de aviação viável.
