12.6 C
Bruxelas
Domingo abril 28, 2024
PolíticaEleições portuguesas: o que saber antes do dia das eleições

Eleições portuguesas: o que saber antes do dia das eleições

Após a queda do governo socialista português, em meio a uma votação anual do orçamento, Portugal enfrenta uma eleição parlamentar no dia 30 de janeiro. É isso que você precisa saber para entender melhor os possíveis resultados.

AVISO LEGAL: As informações e opiniões reproduzidas nos artigos são de responsabilidade de quem as expressa. Publicação em The European Times não significa automaticamente o endosso do ponto de vista, mas o direito de expressá-lo.

TRADUÇÕES DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE: Todos os artigos deste site são publicados em inglês. As versões traduzidas são feitas por meio de um processo automatizado conhecido como traduções neurais. Em caso de dúvida, consulte sempre o artigo original. Obrigado pela compreensão.

João Rui Faustino
João Rui Faustino
João Ruy é um freelancer português que escreve sobre a atualidade política europeia para The European Times. Ele também é colaborador da Revista BANG! e ex-redator da Central Comics e Bandas Desenhadas.

Após a queda do governo socialista português, em meio a uma votação anual do orçamento, Portugal enfrenta uma eleição parlamentar no dia 30 de janeiro. É isso que você precisa saber para entender melhor os possíveis resultados.

Após a queda do governo socialista português, em meio a uma votação anual do orçamento, Portugal enfrenta uma eleição parlamentar no dia 30 de janeiro. É isso que você precisa saber para entender melhor os possíveis resultados.

Portugal tem um governo liderado pelo Partido Socialista (PS), de centro-esquerda, há 6 anos. Depois de perder uma eleição parlamentar em 2015, António Costa, líder do Partido Socialista, conseguiu uma coligação nunca antes tentada entre os 3 principais partidos políticos de esquerda: PS (Partido Socialista), BE (Bloco de Esquerda) e PCP (Partido Comunista Português).

Essa coalizão ligeiramente informal depôs o governo de direita composto pelo Partido Social Democrata de centro-direita, PPD/PSD, e o Partido Popular de direita, CDS-PP, que governou o país por 4 anos.

Entre 2011 e 2015, o governo de direita, liderado por Pedro Passos Coelho, impôs várias medidas de austeridade altamente impopulares, muitas delas propostas ou mesmo aplicadas pelo FMI ou pelas muitas instituições financeiras da UE. Essas medidas de austeridade consistiram em privatizações de empresas públicas, cortes salariais para funcionários públicos e a abolição de vários direitos trabalhistas.

Embora o economia recuperados, e o déficit fechado, muitas pessoas sentiram que seus direitos (principalmente trabalhistas) lhes foram retirados. Isso levou a uma oposição muito severa e ativa ao longo dos 4 anos da legislatura, ou como a maioria das pessoas hoje os chama: “os anos da Troika".

Assim, quando a coligação de direita ganhou a pluralidade de votos e assentos, mas não chegou perto de uma maioria parlamentar, ficou muito claro que o tempo de Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro havia acabado. O que não era óbvio era a maneira como o presidente na época, Aníbal Cavaco Silva (ex-primeiro-ministro do PSD), resolveu a situação.

Nos primeiros 4 anos de poder, o PS reverteu quase todas as medidas de austeridade. As únicas medidas de austeridade que permaneceram ativas foram as relativas aos direitos trabalhistas e às antigas empresas estatais. Isso, junto com uma política financeira muito austera e uma surpreendente liberalização da economia, em meio a um boom turístico, deteriorou a relação do PS com os outros partidos de esquerda, mais extremistas.

Na eleição de 2019, não ficou claro se Costa iria repetir a mesma fórmula, ou mesmo uma variação dela. No final, o PS conseguiu uma pluralidade previsível, 7 lugares perto da maioria na Assembleia da República, formando um governo minoritário.

Esse governo minoritário contou com votos de pelo menos um dos partidos de esquerda para aprovar seus orçamentos anuais. Apesar de ter administrado relativamente bem a pandemia e de propor uma expansão do investimento público, os partidos de esquerda votaram contra o orçamento socialista, causando a dissolução do parlamento e o colapso do governo. 

Em reacção ao evento, o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa (ex-líder do PSD), eleições antecipadas marcadas para 30 de janeiro.

O PS está consistentemente à frente do PSD há muitos anos, mas o PSD está ressurgindo nas pesquisas, passando de uma distância de 2 dígitos para uma distância de um dígito do PS. Isso não teria sido tão alarmante para o PS se o PSD não tivesse conquistado a prefeitura de Lisboa no ano passado de forma semelhante. As eleições autárquicas de 2020 provaram que o PSD está a regressar, com o partido de centro-direita a recuperar do desastre das eleições autárquicas anteriores ao reconquistar o controlo de muitas cidades importantes, sendo a mais importante Lisboa.

Sem chance de obter maioria parlamentar e com a morte da coalizão de esquerda, Costa precisará encontrar novos aliados para formar um governo estável. Felizmente, o recém-reeleito presidente do PSD, Rui rio, propôs um “bloco central”, uma coalizão entre PS e PSD, com um apoiando o outro no caso de não haver uma solução clara de governo.

O método carioca de fazer política também facilitará esta solução. Rio distanciou-se e do partido do liberalismo econômico e do conservadorismo social do passado, adotando uma abordagem mais centrista, ou mesmo de centro-esquerda. 

Afora este cenário, o povo português fica sem uma alternativa clara. Tornando o futuro da política portuguesa muito incerto. É incerto se a esquerda será punida por ter causado a crise política, ou se a divisão e as lutas internas da direita tornarão isso impossível.

O que está claro, porém, é a ascensão da extrema-direita portuguesa, com o partido populista BASTA! votando bem acima de 9%, tornando-se o 3º maior partido do país, um feito surpreendente considerando que foi fundado há menos de 4 anos.

- Propaganda -

Mais do autor

- CONTEÚDO EXCLUSIVO -local_img
- Propaganda -

1 COMENTÁRIO

Comentários estão fechados.

- Propaganda -
- Propaganda -local_img
- Propaganda -

Deve ler

Artigos Mais Recentes

- Propaganda -