A língua e a literatura russa são completamente retiradas do currículo na Ucrânia após a sexta série, anunciou o Ministério da Educação e Ciência no país. Pushkin, Tolstoy e Dostoyevsky serão substituídos por Lafontaine, O'Henry, Anna Gavalda, Robert Burns, Heine, Adam Mickiewicz, Pierre Ronsard, Goethe….
O Ministério da Educação ucraniano anunciou que as obras de autores russos e bielorrussos foram removidas dos currículos de literatura estrangeira, escreve “Standartnews.com”.
Em seu lugar, de acordo com um comunicado do departamento, são acrescentadas obras de escritores estrangeiros, de modo a levar em conta o processo literário e as características etárias dos alunos – de O. Herni e Anna Gavalda a Jean de Lafontaine, Eric- Emmanuel Schmitt e outros. No lugar dos poetas russos, entram obras-primas de autores como Robert Burns e Johann Wolfgang von Goethe.
A revisão do programa é resultado da guerra na Ucrânia. A decisão era esperada depois que, em junho, o ministro da Educação, Andriy Vitrenko, anunciou um plano para remover todas as obras que glorificam o exército russo, incluindo até mesmo Guerra e Paz, de Leo Tolstoi.
Da literatura de língua russa, o programa inclui autores como Nikolai Gogol e Mikhail Bulgakov, cujas vidas e obras estão intimamente ligadas à Ucrânia. “As Doze Cadeiras” de Ilya Ilf e Yevgeny Petrov e “Babiy Yar” de Anatoly Kuznetsov permanecem no programa adicional.
Momentos do programa de história também são revistos em vista dos novos desdobramentos historiográficos:
A União Soviética, por exemplo, é vista como um “Governo do Tipo Imperial”;
“A agressão armada da Rússia contra a Ucrânia” desde 2014 será estudada na escola;
São introduzidos conceitos como “racismo” – uma interpretação da ideologia e das práticas sociais russas na época de Vladimir Putin, relacionadas ao “papel civilizatório” da Rússia e ao expansionismo militar russo;
Estudaremos também o conceito de “mundo russo” – “Russkiy mir” – o conceito de uma comunidade orientada em torno da Rússia, sua cultura e língua, que, segundo a Ucrânia e outros países e políticos da Europa, é a base do imperialismo moderno e revanchismo.
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