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Segunda-feira, abril 29, 2024
OpiniãoAnti-semitismo na Arménia, uma ameaça crescente

Anti-semitismo na Arménia, uma ameaça crescente

Escrito por Eric Gozlan, Diretor do Conselho Internacional para Diplomacia e Diálogo

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Escrito por Eric Gozlan, Diretor do Conselho Internacional para Diplomacia e Diálogo

Desde os ataques do Hamas em 7 de Outubro e a resposta de Israel, o anti-semitismo aumentou de forma alarmante em muitas partes do mundo. A França, em particular, registou mais de 1,300 incidentes, relatados pelas autoridades policiais, atestando a gravidade da situação.

O Azerbaijão, um forte aliado de Israel, está envolvido num conflito de longa data com a Arménia. Esta aliança suscita a desaprovação de muitos arménios, que têm uma visão negativa da proximidade entre Jerusalém e Baku. Em protesto, alguns arménios reagiram atacando símbolos judaicos no seu próprio país.

No dia 15 de Novembro, indivíduos atiraram cocktails molotov na sinagoga de Yerevan (capital da Arménia). Num comunicado, a polícia recusou-se a dizer que o edifício albergava uma sinagoga, mas Rimma Varjapetian, representante da comunidade judaica da Arménia, confirmou-o à AFP e disse que “o ataque ocorreu nas primeiras horas de 15 de Novembro, quando o edifício estava vazio".

A situação dos judeus na Armênia

Declínio demográfico: a comunidade judaica da Arménia à beira da extinção

No coração das montanhas do Cáucaso, a Arménia alberga uma das mais pequenas comunidades judaicas do mundo. De acordo com uma série de estatísticas alarmantes, a população judaica do país está em constante declínio, ascendendo actualmente a apenas 700. Um êxodo em massa marcou o período entre 1992 e 1994, quando mais de 6,000 membros da comunidade judaica decidiram deixar a sua terra natal. Houve muitas razões para esta emigração em massa, desde dificuldades económicas a preocupações de segurança.

Aumento preocupante do anti-semitismo na Arménia: ataques direccionados apesar de uma pequena população judaica

Apesar da dimensão modesta da comunidade judaica na Arménia, esta é cada vez mais alvo de preocupantes ataques anti-semitas. As conclusões do relatório da Liga Anti-Difamação revelam que a Arménia se destaca como o país pós-soviético com a maior taxa de anti-semitismo, com 58% da sua população a partilhar sentimentos anti-judaicos.

Recentemente, foi proferida uma declaração chocante por Poghosyan, antigo conselheiro do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Arménia e antigo assistente do antigo conselheiro-chefe do Presidente da Arménia para questões de segurança nacional. Num vídeo publicado nas redes sociais e em grupos do Telegram, Poghosyan afirmou inequivocamente: “Ajudarei o Hamas a matar judeus”.

A linguagem abusiva continua no vídeo, com Vladimir Poghosyan dizendo: “Vocês, chacais, devem ser completamente exterminados. Sou alguém que trabalhou na inteligência toda a sua vida e que realizou operações ao nível da sua Mossad e ainda mais”. No início do vídeo, este antigo funcionário público expressa as suas opiniões negacionistas, declarando: “Nunca reconheci o Holocausto” e descrevendo os judeus como “um povo destrutivo que não tem o direito de estar nesta terra”.

De acordo com o Instituto para o Estudo do Anti-semitismo e da Política Global (ISGAP), a propaganda anti-israelense e anti-judaica na Arménia alimenta estereótipos anti-semitas clássicos. O relatório ISGAP publicado em Agosto de 2023 destaca a preocupante propagação de propaganda anti-israelense e antijudaica na Arménia, frequentemente associada a sentimentos anti-azerbaijanos. Esta campanha, que repercute tanto nas autoridades como no público em geral, inclui frequentemente clichés anti-semitas clássicos, de acordo com as conclusões do ISGAP.

O relatório cita o coronel Arkady Karapetyan, que disse à agência de notícias arménia 'Realist' que “instrutores israelitas dispararam contra nós para testar as suas armas… Os judeus celebraram recentemente o dia de comemoração das vítimas dos campos de concentração, que foi amplamente coberto pelo mundo”. meios de comunicação. Enquanto isso, Israel está encorajando ativamente a transformação de Artsakh num campo de extermínio.”

Em 3 de outubro de 2023, o Centro Cultural Judaico em Yerevan foi vandalizado. Poucas horas depois, as redes sociais arménias relataram que este acto de vandalismo deveria ser entendido como uma retaliação pela venda de drones e outras armas por parte de Israel ao Azerbaijão e pelas recentes críticas de dezenas de rabinos à retórica usada pelas autoridades arménias, que compararam a situação do Azerbaijão ações contra tropas e civis armênios com o Holocausto.

O Exército Secreto Arménio para a Libertação da Arménia (ASALA) assumiu a responsabilidade por este ato. Vale a pena recordar a ligação histórica entre a ASALA e o Irão. A ASALA, fundada em 1975, treinou no Vale do Bekaa ao lado de organizações terroristas palestinas, colaborando assim contra Israel.

Em conclusão, estes exemplos destacam o perigo inerente à introdução de narrativas clássicas anti-semitas e anti-sionistas no discurso público arménio. No contexto da derrota de Yerevan na segunda guerra de Karabakh e da emergência do nacionalismo arménio radical, esta ameaça parece ser uma realidade palpável. Torna-se imperativo que a Arménia se envolva numa reflexão profunda sobre as consequências de tais narrativas tóxicas, tanto nas relações intercomunitárias como na estabilidade regional.

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