Em 22 de março, foi realizado um evento paralelo no Conselho de Direitos Humanos sobre a situação das minorias no Sul da Ásia, organizado pelo NEP-JKGBL (Partido Nacional da Igualdade Jammu Caxemira, Gilgit Baltistan e Ladakh) no Palais des Nations, em Genebra. Os painelistas foram o Prof. Nicolas Levrat, Relator Especial para questões das minorias, o Sr. Konstantin Bogdanos, jornalista e ex-membro do Parlamento grego, o Sr. Sajjad Raja, Presidente Fundador da NEP-JKGBL. O Sr. Joseph Chongsi, do Centro de Defesa dos Direitos Humanos e da Paz, atuou como moderador.
O evento paralelo centrou-se na situação das minorias no Paquistão, especialmente nas regiões de Jammu e Caxemira e Gilgit-Baltistão.
O primeiro orador foi o Sr. Bogdanos, que insistiu na necessidade de os políticos, mas também de os cidadãos europeus, se interessarem por estas questões, mesmo que estejam fisicamente longe das nossas fronteiras. Criticou fortemente as políticas seguidas pelo governo paquistanês em relação às minorias e à militarização do território, transformando áreas prósperas em locais hostis. Referiu-se também à situação no seu país, no Norte de Chipre, argumentando que estão a lutar contra os opressores.
Em seu discurso, o Prof. Levrat, Relator Especial, comprometeu-se então a abordar as questões relativas às minorias nesta região, destacando um “descuido” histórico, já que apenas uma visita havia sido feita desde a criação da relatoria ao Sri Lanka em 2006 .
Sublinhou a dificuldade do seu mandato devido ao facto de não existir uma lista fechada de minorias e de cada grupo enfrentar diferentes vulnerabilidades em diferentes contextos sociológicos. Ele defendeu que todas essas pessoas deveriam ser tratadas igualmente, mas levando em consideração suas particularidades.
Ele defendeu a comunicação com ONGs e membros da sociedade civil para compreender mais sobre situações específicas e depois trabalhar e colaborar com os governos.
O orador seguinte, Tsenge Tsering, natural da região de Gilgit-Baltistan, localizada entre o Paquistão e a China, explicou a importância deste lugar nas relações comerciais entre os dois países e que, apesar de ser uma região próspera, a população vive na pobreza, sem infra-estruturas educativas e médicas e em risco de segurança alimentar, utilizados como instrumento de chantagem pelo governo paquistanês.
Denunciou também o facto de viverem sem direitos constitucionais, sem direito de voto e sem direito de legislar, apesar de serem maioria neste território.
No seu discurso, Hawksley defendeu a resistência pacífica ao opressor e a necessidade de desenvolver estas regiões como a única estratégia para evitar o desastre. Fez uma comparação histórica das situações da Palestina e de Taiwan, defendendo a estratégia deste último, que se tornou uma democracia próspera e tecnologicamente avançada ao evitar a luta armada. Enfatizou a ideia de que são estas sociedades que têm de assumir um compromisso com o seu próprio futuro e determinar o que querem ser, porque nenhum país ou comunidade internacional veio ou virá ajudar.
Um membro do fórum democrático denunciou que as minorias no Paquistão estão a sofrer genocídio e que a comunidade internacional ignora esta situação, razão pela qual acontecimentos como estes e o trabalho de relatores empenhados são importantes.
