António Costa reeleito, PS vence eleições gerais portuguesas 2022
Dos muitos cenários para esta eleição em Portugal, este foi o mais procurado por António Costa, a maioria parlamentar do Partido Socialista. A participação eleitoral foi quase 10% maior do que em 2019.
Ele pediu, conseguiu, quase todos os analistas políticos chamaram de “impossível” uma maioria parlamentar socialista e até António Costa disse no início da noite que a maioria absoluta era um “cenário extremo”. No entanto, 41,68% foi suficiente para uma maioria no parlamento.
117 deputados eleitos, 116 necessários para a maioria absoluta.
Nunca, na história da Democracia Portuguesa, se formou maioria parlamentar com tão poucos votos, sendo que a última, e só na altura, a maioria absoluta para o PS foi em 2005 com 45,03% dos votos.
O PS ganhou todas as circunscrições eleitorais excepto a Madeira, um bastião social-democrata, mas todos os outros bastiões eleitorais do PSD, como Leiria e Viseu por exemplo, foram perdidos para o socialistas. Esta foi também uma das grandes surpresas da noite eleitoral.
O líder do PSD, Partido Social-Democrata, Rui Rio anunciou que com uma maioria socialista “não vejo como posso ser útil” para o partido.
Este resultado foi um grande abalo para os social-democratas, Rui Rio esperava aumentar não só a votação do PSD, mas também a representação parlamentar social-democrata. No entanto, a quota de eleitores teve apenas um aumento mínimo e a bancada do PSD só terá mais um deputado face a 2019. O PSD nem conseguiu ultrapassar a marca dos 30%.
CHEGA! (BASTA!) é já a 3ª força política em Portugal, mesmo superando as expectativas em relação ao número de deputados eleitos, o partido populista conta agora com 12 deputados, aumentando o grupo parlamentar em onze deputados. A festa também conseguiu ter um resultado melhor no norte do país do que o esperado.
A Iniciativa Liberal também teve apenas um deputado e agora tem 8. O partido teve quase 5% dos votos (4,98%), este resultado está dentro das expectativas embora algumas pesquisas não só apontassem para 6% como também previu que os liberais seriam a 3ª força política em Portugal. O líder do partido, no entanto, não mencionou nenhuma decepção.
Os antigos membros da “gerigonça” (nome dado à aliança informal entre os partidos políticos de esquerda em Portugal, PS/BE/PCP) tiveram uma noite eleitoral terrível. O Bloco de Esquerda passou de 500.017 votos (9,52% dos votos, 3ª força política) para 240.257, perdendo mais de metade dos votos, mas sobretudo 14 deputados, ficando a bancada parlamentar de esquerda reduzida a apenas 5 membros.
A CDU, coligação liderada pelo PCP, Partido Comunista Português, também perdeu grande parte dos votos, passando de 6,33% e 12 deputados para 4,39% e 6 deputados. O PEV, o partido ecologista e o outro membro da CDU, a Coligação Democrática Unitária, desapareceram do Parlamento Português.
O Livre (Livre) e o PAN (Gente Animais Natureza) conseguiram eleger 1 deputado cada, mas com a maioria absoluta do Partido Socialista, ambos terão provavelmente pouca ou nenhuma relevância no panorama português.
Embora o CDS-PP (CDS-Partido do Povo) tivesse mais votos que o PAN e o Livre, o partido democrata-cristão não conseguiu eleger nenhum deputado. Francisco Rodrigues dos Santos, líder do partido centrista, apresentou a sua demissão porque “já não é capaz de liderar o partido”.
Resultados*:
PS (Partido Socialista) – 41,68% – 117*
- PPD/PSD (Partido Social-Democrata) – 29,27% ** – 76*
- CH (BASTA!) – 7,15% – 12
- IL (Iniciativa Liberal) – 4,98% – 8
- BE (Bloco de Esquerda) – 4,46% – 5
- CDU – PCP/PEV (Partido Comunista Português/”Os Verdes”) – 4,39% – 6
- CDS-PP (CDS-Partido Popular) – 1,61% – 0
- PAN (Pessoas Animais Natureza) – 1,53% – 1
- Livre (Gratuito) – 1,22% – 1
*Há 4 lugares na Assembleia da República reservados para as votações fora do Continente e das Regiões Autónomas (Açores e Madeira), Europa e distritos eleitorais fora da Europa. No entanto, é quase certo que cada partido terá 2 cadeiras cada nesses 2 distritos eleitorais.
**Na Madeira e Açores, o PSD integrou uma coligação com CDS-PP e CDS-PP/PPM respectivamente, mas todos os deputados eleitos pelas coligações são militantes do PSD.
António Costa aguarda agora o pedido do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, para formar o seu “novo” governo.
Mais informações sobre as Eleições Gerais Portuguesas a seguir.
Veja os resultados oficiais AQUI – https://www.legislativas2022.mai.gov.pt/resultados/globais